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O antigo lugar das Vendas – II

Não terá durado mais de três, quatro anos, a sociedade “Silva & Ribas”. Para isso, muito terá contribuído a morte de Francisco José António da Silva, ocorrida a 12 fevereiro de 1907. Um rude golpe para a família mas também para o negócio que geria com o filho primogénito. Foi como se os “Armazéns” tivessem perdido a sua força motriz e a alma ao mesmo tempo. Sem a motivação que lhe era dada pelo pai, Genuíno entendeu-se com Domingos António Ribas e passou o negócio ao seu colaborador e homem de confiança, Francisco Lopes Simões. Os “Armazéns Genuínos” passaram a ocupar metade da área que tinham na sua origem e a ostentar, desde então, a designação de casa “Lopes Simões & Irmão”, uma sociedade constituída por Francisco e seu irmão Manuel. Na outra metade e nas traseiras do edifício, onde antes trabalhavam as costureiras dos “Armazéns”, Genuíno José António da Silva instalou um negócio de moagem de cereais, com “fábrica a vapor”.

Francisco e Manuel Lopes Simões são naturais de Beselga, freguesia do concelho de Tomar. Eram dois jovens de 13 e 15 anos, respetivamente, quando chegaram a S. João da Madeira, no longínquo ano de 1886. Pelas suas qualidades humanas e de trabalho, não sentiram aqui qualquer dificuldade de integração. Francisco casou, em dezembro de 1901, com Emília Garcia Leite, filha de António Leite da Silva e sobrinha do Conde Dias Garcia. Tiveram 9 filhos: Olindina, Arménia, Corina, Ilda (que foi professora do ensino oficial na Escola Conde Dias Garcia), Albino, António, Olegário, Manuel e uma filha que morreu “menor de idade”. Manuel Lopes Simões, consorciou-se, mais tarde, com Josefina Simões. Tiveram 3 filhos: Maria Josefina (nossa professora de Ciências Naturais, no Colégio Castilho, carinhosamente tratada por D. Mariazinha, esposa do dr. Adácio Vieira Araújo, ele também nosso professor no mesmo estabelecimento de ensino), Manuel e Abel (fundador da Farmácia Central).

Apesar de não ter a dimensão nem a oferta dos extintos “Armazéns Genuínos” e de o período que se seguiu à implantação da República não ser o mais favorável para os negócios, a casa “Lopes Simões & Irmão” ia de vento em popa.

Em 1913, os sócios-gerentes decidem expandir o negócio. É assim que surge a “Mercearia Simões”, instalada no rés-do-chão da casa de Francisco, do outro lado da Praça. Cabe a este a gestão da nova loja e a Manuel a da casa-mãe, a partir de então circunscrita à venda de “fazendas de lã e algodão, modas e miudezas nacionais e estrangeiras”.

Ar­tigo dis­po­nível, em versão in­te­gral, na edição nº 3838 de O Re­gi­onal, pu­bli­cada em 8 de abril de 2021.

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