A noção que tenho é, que com o passar dos tempos, a festa veio sendo empurrada e parou na ponte.
Fim dos anos sessenta, século passado, avenida Renato Araújo.
É para aí que a minha memória me leva, o local central da chamada “Festa Grande”! Tenho memória, que de uma forma bairrista, toda a gente apreciava esta tradição. Recordo-me que um dos dias era dedicado a um gigantesco pic-nic familiar que se realizava no Parque da Nª Sra dos Milagres. Num esforço enorme, acreditem, tento remar até esse tempo, na tentativa de vos mostrar um pouco da minha visão do que era a Festa Grande. Mas com a convicção plena de que pessoas de uma qualidade enorme, não só na escrita, mas na memória, serão capazes de vos descrever o que era a Festa Grande para os sanjoanenses.
A noção que tenho é, que com o passar dos tempos, a festa veio sendo empurrada e parou na ponte. Passou a chamar-se, creio eu, o S. João da Ponte. Se a minha memória não me engana, penso que outros santos tinham o privilégio da homenagem popular. Hoje, a nossa festa tem o nome pomposo de “Festas da Cidade”. Claro, que tem um santo por patrono, e como somos originais e não queremos complicar muito, lá lhe vamos chamar o S. João... E, para o festejarmos condignamente lá seremos voluntários para levar umas marteladas na cabeça. Esta deixo mesmo para os historiadores me explicarem onde raio começou esta tradição dos martelos ou martelinhos. Bem, passou pelos alhos porros e chegou aos martelinhos na era do plástico.
Sempre tive uma visão crítica em relação às festas. Primeiro, a minha admiração para as comissões, que muito trabalho tem para as realizar. Quando uma festa cumpre tradições, nada há a fazer. Quem somos nós para alterar tradições! Esta era a altura ideal para juntar a nossa capacidade para organizar outras realizações que fizessem parte do programa das festas, festas estas ditas da cidade!!! (Se tiverem curiosidade eu digo-vos...)
Pela parte que me toca, se nas barraquinhas dos barros encontrar um boneco preto com uma pilinha vermelha, compro. Para mim, é uma tradição. E, se continuarem a pôr as bandas de música a tocar ao domingo de manhã, eu vou ouvir.
Que a sardinha não nos falte, assim como as farturas!