Todos procuram ser felizes, mas buscam-na onde ela não se encontra.
José António Saraiva publicou um artigo na revista do jornal o” Nascer do Sol” citando um tema publicado na revista ”Economist” em que o articulista citava que a felicidade se encontrava na maneira prática como os computadores facilitavam o quotidiano das pessoas. Era a vida perfeita.
Assim as fábricas deixarão de ser grandes aglomerados de pessoas, como verdadeiros elefantes brancos, pois tudo será feito online;
Poder-se-ão contratar pessoas em todo o mundo que tenham capacidades acima da média, que poderão trabalhar a partir do lugar onde se encontram;
As reuniões serão por videochamadas;
O ensino será todo online;
As compras serão feitas através de empresas globais, como a Amazon, também do mesmo modo;
A medicina, também em parte, será exercida em online.
Para José António Saraiva a felicidade não se encontra num homem sentado em frente do computador e que, através dele, faz pesquisas, jogos, encomenda comida, vê filmes, namora,fala com os amigos e até pratica sexo virtual.
Isto é verdadeiramente aterrador, desumano, mortificante. O ser humano tem grande necessidade de se relacionar com os outros, de lhes falar, de lhes tocar, de contar as suas alegrias e suas tristezas, de sentir uma mão amiga no seu ombro e também de se relacionar com a natureza.
A afetividade não é feita através de uma máquina.
Uma especialista em terapia familiar afirma que as relações familiares são tremendamente prejudicadas com as novas tecnologias. As relações de intimidade, entre o casal, deixam de ser cuidadas. A mulher precisa de preliminares, tal como as outras fêmeas das espécies animais.
O macho procura conquistá-la.
A mulher quando é tocada , acarinhada, adocicada com lindas palavras, vai -se preparando para a relação sexual. Se isto não acontecer, aparecem na mulher as fatídicas dores de cabeça. É que o homem está sempre preparado para a relação íntima, mas a mulher não. Ora o computador, tantas são as possibilidades que oferece e a viciação que o digital provoca, não dá tempo ao casal de prepararem a relação. O diálogo cessa.
Os filhos, o emprego, a roupa, a casa deixam a mulher damasiado cansada, para aceder à intimidade. Deixo aqui aos homens, meus leitores, um apelo: Por favor, ajudem nas tarefas domésticas. Depois, comecem por desatar o avental à vossa querida!...
Logo ouvireis:
- Deixa-me!...
Não deixo, porque gosto muito de ti!...
Às minhas leitoras digo:
- Deixem o pessimismo, o desânimo a angústia e digam também:
Tu és o meu amor!...
Com ajuda , com carinho, com amor se vai preparando a relação sexual, tão importante para a estabilidade do casal. Cultivar o amor é alimentá-lo como se fosse uma fogueira, onde é preciso deitar lenha.
Soube, hoje, pelo pároco que celebrou a eucaristia na televisão que o Santo Padre fez o funeral de um sem abrigo que morreu com o frio, debaixo de uma colunata na praça de S. Pedro. Viu nele um irmão e também a imagem de Cristo talvez desfigurada, mas lá impressa. Como é importante alimentar o amor, quer no seio familiar, quer na ajuda a todos os que sofrem.