Opinião

É tão importante saber ouvir!...

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Tenho ouvido ultimamente tantas vozes, tantos comentários sobre os últimos acontecimentos que se têm passado em Lisboa, que não resisti a elaborar este artigo, dando a minha opinião.
Se os meus queridos leitores me desculparem, sei que aqueles que discordam, mas que me merecem respeito vão dizer:
“Lá vem a beata da Maria de Lourdes!”
Bartimeu era um cego de nascença que pedia esmola à beira do caminho.
Ouviu muito ruído, sinal de grande multidão, e como era cego perguntou:
– Quem vem lá?
Esta pergunta fazia sentido, pois com a ocupação romana da judeia, havia muitas revoltas, algumas encabeçadas por Barrabás.
Alguém gritou:
– É Jesus de Nazaré!
Ele bem sabia que Ele o ouviria, pois tinha conhecimento de tanta gente que obtivera a cura das doenças de que padecia.
O ruído era tanto que ele com quanta força tinha gritou:
– Jesus, filho de David, tem piedade de mim!
Logo em uníssono gritaram:
– Cala-te!
A incapacidade era castigo!... Os pais eram pecadores.
O pobre Bartimeu continuava a gritar cada vez com mais força!
Jesus ouviu e mandou-o chamar.
– Levanta-te, porque Ele chama-te.
O cego atira a capa e corre. Há depois um diálogo enternecedor entre os dois.
– Que queres que eu te faça?
– Que eu veja!
Ele recuperado e cheio de alegria segue-O!
Isto é o mote, para o que tem acontecido em Lisboa.
Gente que grita;
Gente que manda calar o sofrimento;
Gente que não quer ouvir;
Pessoas que condenam sem ainda tudo estar esclarecido.
Luto pesado em crianças.
Revolta contra inocentes, prejuízos incalculáveis, abandono de periferias.
E tanto, tanto sofrimento.
Como resolver?
Diálogo, em vez de silêncio; Reunião em vez de dispersão, alegria em vez de lágrimas; liberdade em vez de cativeiro; Luz em vez de trevas; Comunhão em vez de dispersão: Proximidade em vez de afastamento
Ainda bem que o governo vai reunir com todos. Deus queira que crie com estas pessoas laços de empatia, de diálogo, crie estruturas educativas para todos, de modo que eles possam ser formados e sintam que têm dignidade. Se tal acontecer, os próprios serão os principais vigilantes e educadores dos seus espaços. Eles têm de considerar a polícia uma amiga que os protege. Ela sempre deve estar próxima.

 

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