O Movimento Erradicar a Pobreza (MEP) «nascido com o objectivo de defender a justiça social e sensibilizar todos para o empenhamento nessa causa» assinala o Dia Mundial da Justiça Social.
Assinala a efeméride através de um comunicado distribuído por todo o país, que procura a mobilização de todos. Esta data, o dia 20 de Fevereiro, é muito importante no calendário da ONU.
Em 2009 foi celebrado, pela primeira vez, o Dia Mundial da Justiça Social, dando cumprimento a uma deliberação da Assembleia Geral da ONU de 2007.
O objectivo principal da deliberação seria combater as desigualdades no Mundo. A Humanidade sofre com as disparidade sociais e económicas, mas a maioria dos governantes, assiste impávida e serena a esta realidade. Assistimos a um inigualável desenvolvimento cientifico, com infindas inovações tecnológicas (as viagens espaciais, os satélites, a inteligência artificial, as novas armas de guerra), mas continuamos rodeados pela pobreza, pelo desemprego, pela injustiça social e pela exclusão.
Por outro lado, o neoliberalismo – onde as correntes socialistas e sociais-democratas se têm vindo a alojar - traz-nos novas dificuldades. A promoção do individualismo e do “salve-se quem puder” são as ideologias da moda, ao contrário da solidariedade e o humanismo. Aumentam, de forma abismal, as diferenças entre os muito ricos e os restantes. Será isto aceitável para maioria dos seres humanos?
O comunicado do MEP reflecte sobre a realidade do nosso país: «mais de 2 milhões de pessoas, entre as quais 300 mil crianças, vivem abaixo do limiar da pobreza». Também questiona a razão disto, já que «as empresas cotadas na bolsa distribuem aos accionistas mais de 3 mil milhões de euros» e os «bancos tiveram em 2024 o ano mais lucrativo de sempre».
Por outro lado, alerta-nos para as desigualdades: «Os 10 mais ricos em Portugal têm 9% do que se produz» e, face a tais disparidades de rendimentos, também questiona: «Onde está a justiça social?».
Também alerta para a degradação de serviços públicos que prejudicam sobretudo quem tem rendimentos mais baixos. O SNS está a ser entregue «nas mãos dos que acumulam lucros com a doença e tentam iludir a realidade». Ao invés de se desenvolverem medidas que toquem nas «questões de fundo, que são os orçamentos que lhe são destinados e as justas alterações nas carreiras dos trabalhadores do sector». Assiste-se à degradação da escola pública «onde a falta de professores aumenta» e no ensino superior «aumentam os custos da frequência».
São ainda expressas outras preocupações. O aumento de preços dos «bens essenciais que absorvem mais de 40% das despesas das famílias com fracos rendimentos – sejam o pão, o leite, os ovos ou a carne – estão a agravar as injustiças sociais». A falta de respostas para a habitação, «só resolúvel com a intervenção do Estado em colaboração com as autarquias». O aumento de «pessoas sem abrigo».
O Movimento reclama para que seja dada maior atenção às regiões do interior do país «votadas ao abandono. Uma grande parte sem quaisquer estruturas de apoio, há situações onde uma simples caixa de multibanco está a 10 km».
As preocupações levantadas pelo Movimento Erradicar a Pobreza, são para nós fundamentais. Delas depende a continuidade do nosso país como nação livre e soberana.
Esta realidade, deve mobilizar-nos na defesa de mais justiça social!
O autor escreve segundo o antigo Acordo Ortográfico.