Opinião

Desafio para a Europa

• Favoritos: 48


O que aconteceu na “Sala oval”, na audiência entre Zelensky e dois “cowboys”, com certeza, provoca um novo desafio para toda a Europa. Um desafio inadiável.
Reza a História que, em questões de guerras internas na Europa, e no período pós 2.ª Guerra Mundial, esta comportou-se sempre com cobardia perante países vizinhos ou nela integrados. Veja-se o caso da guerra civil da Jugoslávia, em que vários países e a própria Nato tiveram um papel negligente, relativamente aos imensos massacres e genocídios que os Sérvios praticaram sobre povos irmãos.
A Europa tem um problema grave na atualidade: ocupa-se da normalização burocrata entre países, do CO2, e em ter 700 e tal funcionários com vários assessores num parlamento de luxo que nada decidem sobre assuntos sérios e importantes; alimentam-se, portanto, em finos restaurantes. Quem não ambiciona ir para Bruxelas para dizer frases politicamente corretas? Bruxelas é, pois, um palco de vaidade alimentado com bons ordenados. Olhando para muitos dos seus líderes, vemos “jeitosinhos” bem aprumados, sempre sorridentes e cordiais entre si. As notícias que trespassam sobre o que decidem sabe, ao comum dos cidadãos, a muito pouco, pois há sempre impasses e vetos a assinalar. Esse tipo de cenários é pasto para propaganda para partidos como o Chega e outros congéneres europeus.

Centro de Praga, Chéquia, após a invasão da Ucrânia (desenho do autor)

A Europa vai ter de ter uma outra postura em termos de rearmamento, para se afirmar em concreto face à envolvente mundial que se transfigurou nos últimos anos e que vai ter de enfrentar, se quiser sobreviver. Porque só dessa forma se pode ter poder e reafirmar-se perante esta nova realidade geoestratégica que se tem vindo a assistir.
O que a parelha que comanda os E.U.A. de agora, pretenderá em 2.º plano, será desmembrar a União Europeia, criar cada vez mais “laços bilaterais”, com este ou com aquele país, para, dessa forma, cativar divisionismos dentro da União Europeia.
Em primeiro plano, Trump anseia e sonha em querer comandar os destinos do mundo, em parceria (quem diria?) mesmo com inimigos doutrinais - a Rússia. Já Hitler o fez em tempos com Staline e a União Soviética, com o “Pacto de não agressão”. Entretanto, Hitler invadiu a Polónia com o silêncio da URSS.
Agora, Trump propagandeia ser novamente a primeira grande potência global. Não lhe servirá de nada esbracejar, pois essa é já a CHINA e será ainda mais a partir de 2030, segundo muitos analistas. Serão tiros no pé a questão das taxas adicionais a produtos importados, pois os E.U.A. já perderam eficácia e produtividade em muitos setores. É um processo que tem décadas e não é agora um novo presidente que revoluciona todo um sistema comercial. Portanto, basófia e incontinência verbal somente.
A Europa tem, pois, um grande desafio pela frente; tem de uma vez por todas ser mais clara na sua vontade em ajudar a Ucrânia em uníssono, e querer integrá-la na NATO ou com ajudas militares muito diretas a partir de países vizinhos, como a Polónia.
Em suma, a pouca credibilidade que D. Trump tinha, perdeu-a naquela recente audiência com Zelensky. E para gente bruta, as respostas têm de ser igualmente duras, rápidas e com muita… muita firmeza, da parte da Europa.

48 Recomendações
350 visualizações
bookmark icon