Controvérsia…

Nasce connosco. Parece da nossa família. Cresce e partilha todos os dias da nossa vida. E não pensem que é só na nossa cultura. Faz parte de todos os povos do mundo, principalmente as chamadas sociedades democráticas. Onde existem ditadores, as controvérsias, ou melhor, os fazedores de controvérsias, são logo anulados.
Existem controvérsias para todos os gostos e feitios! Se assim não fosse, penso mesmo que os partidos políticos não funcionariam, os jornais não se vendiam, e, as notícias dos canais televisivos, creio mesmo que ninguém lhes prestariam atenção. E, na área do desporto, acho que o nome controvérsia, se adaptava como nome para uma qualquer das ligas e de qualquer modalidade desportiva. É caso para no lugar de desejarmos bom dia aos nossos amigos, e não só, dizia para lhe perguntarmos: “Já tomou a sua controvérsiazinha hoje?”
Cá pelo burgo, o que não falta são controvérsias: coloca-se uma estátua numa praça, claro, uns concordando, outros, por direito democrático, estarão em desacordo. Temos os passeios com enormes declives , alguns mesmo com buracos. Nestes casos, nem controvérsia chega a haver. Será mais revolta, porque os buracos estão lá… E a mudança da hora? Esta é que é uma controvérsia! Pessoalmente, tenho enorme dificuldade em adaptar o meu biorritmo ao novo horário que nos impõem. Não dá para fazer uma manifestação, corria o risco de lá estar sozinho com o cartaz na mão. Deixava de ter piada.
A controvérsia até é saudável. Já chegou o tempo de deixarmos de ser hipócritas, de dizermos sim quando a nossa vontade é dizer não. Controvérsia também é termos um clube que devia ser um só, mas que infelizmente está dividido por várias seções, cada uma a querer ser mais importante que as restantes. Sabem do que estou a falar?
Na música, Manchester Orchestra - The silence.
Nos livros, “Quanto menos soubermos, melhor dormimos. Do terror à ditadura na Rússia sob Ieltsin e Putin”, de David Satter.
Se com a controvérsia nascer a verdade, porque não a controvérsia?!