Como são sedutoras as nossas tentações!...

A natureza humana é tão frágil que a tentação aparece sempre envolvida em roupagens deslumbrantes, mas sempre pautada pela mentira que nos divide e pela sua beleza atrai-nos e de que maneira!...
No Gênesis que é o primeiro livro da Bíblia, numa linguagem simbólica o seu autor narra que Deus formou o homem a partir do barro.
Isto é uma metáfora, um símbolo, pois como o barro se não houver cuidado nem atenção ao manuseá-lo fica reduzido a cacos que para nada servem, pois fica tudo separado, o mesmo acontece com cada um de nós, se não resistirmos aos seus atrativos.
Ele separa-nos dos amigos, da sociedade, tira a confiança que depositaram em nós, gera desprezo, raiva, vergonha, maledicência e sofrimento, para nós e para os outros.
A força para resistir dá uma grande alegria, tal como quem ganha uma competição.
No entanto quantas privações, quanta disciplina, quanto treino, quanto suor custou subir ao pódio!...
Hoje e porque todas as semanas vou ao encontro do meu Grande Amigo que é Jesus de Nazaré o seu mandatário falou que o próprio Mestre e porque era homem experimentou no seu íntimo a força da tentação.
Foi para o deserto preparar-se para a sua missão. O silêncio faz-nos entrar na intimidade do nosso ser.
Como nesse lugar não há nada, para comer e já tinham passado 40 dias, isto para os judeus é um número simbólico, isto é muito tempo, sentiu tanta fome!...
O diabo, aquele que divide, que separa é o que esta palavra significa, deu-lhe a ideia de fazer das pedras pão, mas Jesus resistiu dizendo: Nem só de pão vive o homem. E eu digo: vive do amor, da paz, da ajuda, do contentamento digno.
Como surgiu a tentação:
-Tão magrinho, tão debilitado, como vou cumprir a minha missão?...
No entanto não cedeu.
Outra tentação foi dar nas vistas, ser aplaudido atirando-se duma torre abaixo, pois Deus o salvaria!...
Não, o espetáculo dura pouco!...
A última, afirmar-se pela riqueza e cumprir a sua missão desta maneira. Também não cedeu, pois foi pelo enorme sofrimento que a realizou, apagando os nossos desvios com o seu sangue, tornando-os ilegíveis.
O mesmo acontece ao ser humano: ser tentado a roubar, destruir, quando tem necessidade.
Afirmar-se pelo que pode valorizá-lo aos olhos dos outros: carro de topo de gama, casas faustosas, barcos potentes, roupas de marca e não só.
A última ter muito dinheiro, ter muitas propriedades e fugir aos impostos, para ter cada vez mais.
Para finalizar digo que ser tentado não é mal, até é uma forma da nossa força, da nossa resistência, da nossa determinação, se formos capazes de não lhe dar espaço.