Li, no Jornal de Notícias, que dois dos responsáveis da AMP - Área Metropolitana do Porto, o Presidente, Eduardo Vítor Rodrigues e o Vice-presidente, Jorge Sequeira, fazem um conjunto de apelos e exigências ao Governo com vista à execução do PRR. Ainda bem que se lembraram antes do prazo terminar.
É caso para perguntar: onde estiveram nos últimos 2 anos? Por que é que o Presidente e o Vice-presidente da AMP só agora levaram esta discussão ao seio do Conselho Metropolitano?
Há alguém que se recorde de, nos últimos 8 anos, ouvir uma palavra de Jorge Sequeira sobre exigências ou apelos ao Governo Socialista?
Passaram pouco mais de 100 dias desde a tomada de posse do Governo da AD e os mesmos autarcas que em 3050 dias não tiveram uma exigência a fazer ao Governo de António Costa no que ao cumprimento dos prazos do PRR diz respeito, vêm agora fazê-lo.
Aqueles que há três meses diziam que estava tudo bem com o PRR, são, hoje, os mesmos que dizem que se as coisas continuarem como estão, não conseguem cumprir os prazos. Com este tipo de ações como podem ser levados a sério estes dois responsáveis da AMP? Credibilidade e coerência exigem-se!
O Governo, desde a sua posse, estabeleceu como objetivo o cumprimento dos prazos e a recuperação do tempo perdido pelo anterior executivo. Assumiu o compromisso de que até outubro o PRR estaria em linha com o programado com a União Europeia e, até ao final do ano, estará executado em cerca de 40%, ou seja, estará executado o dobro do que estava quando o Governo tomou posse. Isto não é pouco, até porque já passou mais de metade do tempo do PRR e este Governo em seis meses fará tanto como o anterior fez em dois anos.
Os números, a ação e a determinação do atual Governo contrariam a narrativa destes autarcas Socialistas, que têm por objetivo passar a mensagem de que está tudo na mesma, mas são contrariados pela realidade dos factos.
Agora que um Governo está finalmente a fazer o que tem de ser feito no que ao PRR diz respeito, não vale a pena vir com apelos e exigências à 25ª hora, só porque sim (ou, quem sabe, por querer dar uma prova de vida que ajude à sua eleição interna para a Federação Distrital de Aveiro do PS, quando o seu opositor o critica e acusa de, em 8 anos, nada ter feito).
É preciso credibilidade. Não pode valer tudo!
Boas férias!
Deputado do PSD