São João da Madeira é uma cidade bonita, com flores que encantam qualquer olhar. Diria que são as flores que são colocadas frequentemente nas rotundas que dão a esta cidade um toque especial, perfumando quem passa.
Aliado a este cuidado com as rotundas contribui para o encanto da cidade o cuidado com a limpeza que vemos acontecer com frequência. É verdade que esta preocupação já assumiu uma importância que fica aquém do que vemos no presente. Porém, não podemos dizer que esta não é uma cidade cuidada e limpa. Se podemos exigir ainda mais cuidado? Com certeza, mas não podemos afirmar que haja descuidado contínuo por quem de direito nestes aspetos. Facilitará o facto de a cidade ser pequena.
Numa visão geral da cidade, no que à limpeza e cuidado dizem respeito, não haverá muitas reclamações de quem cá vive e/ou trabalha. A cidade é simpática, com sítios agradáveis de se estar e conviver – como o Parque Urbano do Rio Ul e a Praça Luís Ribeiro.
Todavia, não podemos dizer que tudo são rosas. Se é verdade que há cuidado nesta cidade, também é verdade que há uma desmemória em alguns pontos.
Hoje refiro três pontos que penso serem os que mais têm incomodado os moradores. A saber: as árvores enormes esquecidas, a calçada por arranjar e o estado do Skatepark.
No que às árvores toca, parece que alguém se esqueceu delas. Temos arvores enormes que, para além de não serem tratadas, retiram o sol às habitações. As suas raízes fazem com que a calçada dê muitas vezes de si. A culpa não será das árvores. Precisamos delas, são aliadas e dão-nos uma sombra fresquinha no verão. O problema está em ninguém se preocupar com elas. Não as podam, e quando as plantam não se lembram de verificar o espaço necessário entre elas. Também não pensam que poderão sujar os carros e os passeios com o que estas emanam. Tenho conhecimento de um abate que irá ser feito a bastantes árvores. Quando não se sabe o que fazer, corta-se o mal pela raiz. Será que o abate é a solução? Tiramos as árvores para colocar lá o quê? É bom medidas serem tomadas. Também é bom pensar no que se fará posteriormente. Como consequência do tamanho das árvores surge a calçada levantada e sem arranjo. Para além de ser feio à vista, é perigoso sobretudo para quem, por algum motivo, tem dificuldade de mobilidade – não me refiro só a quem se desloca em cadeira de rodas, mas também a pessoas que tendo capacidade para caminhar o fazem com mais dificuldade. Sítios há onde a culpa não será das árvores, e a calçada não está em bom estado. A calçada não pode ser assim desmazelada. Que se olhe também para a calçada.
Por fim, o Skatepark (sito na Avenida do Casaldelo). Lugar outrora de os mais novos aprenderem a usar o skate e os patins, onde os pais iam com os filhos para ensiná-los. Transformou-se em um sítio escuro, porventura com práticas ilícitas e que não se vê solução à vista. A falta de policiamento na zona e a falta de obras para melhoramento das condições resultam num espaço esquecido e sombrio que muitas vezes provoca receio. Reabilitar o espaço é urgente, mas não chega. É necessário policiamento para que aquele lugar seja seguro e apelativo para as famílias levarem lá os mais novos.
São João da Madeira é uma cidade bonita, mas com recantos esquecidos.