Caros sanjoanenses,
Sou, voluntária de rua da Causa Animal Sanjoanense. Sou cuidadora oficial de colónias de gatos de rua em S. João da Madeira.
Fui a primeira cuidadora de colónias de gatos urbanos, inscrita no município. Inscrevi e continuo a inscrever outras cuidadoras.
Alimento diariamente 40 gatos de rua em vários pontos da cidade.
Em 2024, tive apenas, por parte do município, a castração de um gato urbano, ao abrigo do programa municipal, CED. Este ano, dois gatos urbanos de que cuido e protejo foram castrados, no programa CED.
Este programa, CED, captura, faz esterilização e devolução de gatos de rua, É importante, pois controla a população destes animais.
Atualmente e, pelos dados do município, a esterilização de 160 gatos de rua em 2024 é, na minha opinião, insuficiente e o método usado pouco amigo do bem-estar animal.
Pretendo homenagear, aqui, as cuidadoras de gatos urbanos sanjoanenses. Obrigada, D. Natália, D. Dulcinea, D. Judite, bondosas Sras. cuidadoras, que não se encontram, já, entre nós. Obrigada, D. Conceição, D.Celeste, D. Rosa, D. Marinha, D.Odília. Obrigada, Sras. cuidadoras de gatinhos de rua na nossa cidade. Ser voluntária cuidadora de gatos é financeiramente dispendioso, emocionalmente e moralmente, a maior parte das vezes incompreendida, pela sociedade. Obrigada a quem cuida e protege os gatinhos de rua.
Lutamos, há vários anos, pela integração dos animais que connosco partilham a cidade. Vejamos: continuamos a ter a matilha de cães abandonados, sem dono, a deambular pela cidade em busca de alimento, alguns velhinhos, doentes e feridos. Até hoje, nada foi feito. Lamentavelmente.
As pombas sanjoanenses, apesar de ter já existido, em tempos, milho contracetivo, no sentido do controlo desta população, hoje, a única matéria em relação às pombas, são as denúncias e respetivas coimas a quem bondosamente as alimentar. Lamentável, hoje em dia, inqualificável. Péssimo exemplo de como tratar animais urbanos.
Gostava de partilhar convosco uma questão. O que foi feito, o que aconteceu aos dois cisnes brancos que foram oferecidos pela empresa Águas de São João e que viviam no rio Ul? Algum sanjoanense poderá responder a esta questão? É que ninguém sabe, incluindo o responsável pelo seu cuidado, o município. Muito triste.
Quanto aos animais com dono, a campanha de esterilização para animais de companhia de pessoas carenciadas, é inócua. Dada a natureza do programa, são poucos os cidadãos que conseguem ser legíveis. No portal da câmara municipal, o tema “Animais” encontra-se, há vários anos, “em construção”.
Quanto a campanhas de sensibilização, no cuidado e tratamento dos animais com ou sem dono, lembram-se de alguma realizada na casa da criatividade, na casa da cultura, na Oliva Creative, ou noutro qualquer sítio? Eu não me lembro.
A 3 de maio de 2024, foi publicado, no portal base, um contrato de aquisição de equipamento-abrigos para gatos, por ajuste direto, no valor de 8.300 euros. Perguntei numa reunião de câmara e, até hoje, não sei o que isto representa, não sei eu, nem os sanjoanenses, certamente.
Resumindo, existem gatos urbanos, voluntárias cuidadoras, algum alimento oferecido, algumas esterilizações/castrações, e o resto, “encontra-se em construção”. Lamentável, após tantos anos de “tanta conversa fiada”, no que diz respeito aos animais da cidade. Não posso esquecer que ocupamos 8km2, somos a mais pequena cidade do país.
Para terminar e, porque a nossa cidade e o casal de cegonhas brancas que aqui, vivia numa chaminé, considerado património, tem sido notícia na comunicação social, pelos tristes comportamentos, quer da empresa em questão, quer do município. Devo dizer que o comportamento municipal, na minha opinião, é consentâneo, está de acordo com a atitude que, ao longo destes anos, tem tomado em relação aos animais da cidade. Pouco ou nada fará, infelizmente.
Fiquem bem. Sejamos felizes.
Partilhar
Imprimir
