Tempos houve que nos era possível comprar o que era estritamente necessário. Em verdade, também , e a exemplo dos tempos que correm, o dinheiro não abundava nem para o necessário. Quero com isto dizer, que não tínhamos de comprar ao quilo, mas podíamos fazê-lo comprando gramas. Dou um exemplo: nos dias de hoje se precisarem de quatro parafusos e forem a uma grande superfície têm de trazer uma caixa com cerca de vinte ou cinquenta unidades. Felizmente para nós que os manos Lisboa mantêm a sua loja de ferragens aberta. E, isso permite-nos comprar exatamente a quantidade que necessitamos. Isto é comprar avulso!
Todos os dias somos atacados com notícias quase avulso. Felizmente ou infelizmente temos notícias com o pacote completo, como o caso das guerras Ucrânia-Rússia, Israel-Palestina e outras que todos desejaríamos que acabassem e não se repetissem. Por cá temos os fugitivos de uma prisão... vamos ter o pacote completo.
Na política, também vamos ter o pacote completo enquanto não chegarem a um acordo no que diz respeito ao orçamento de Estado. Por estes lados estamos garantidos vão haver sempre assuntos. É caso para dizer, se não houver eles inventam. Lembraram-se de pôr os estudantes do ensino superior de atalaia, com a ideia de descongelar as propinas. Também em pacote completo, vamos levando com as eleições presidenciais nos U.S.A. Nem dormimos! Isto é verdade, os debates são às tantas da madrugada. Hei! Sou eu a tentar fazer humor.
No desporto, aqui é que paixões, emoções e outras ações saltam. O meu clube conseguiu arranjar uma equipa para lutar pela manutenção, até doí. A seleção nacional de futebol, lá nos vai dando umas alegrias avulso. Os jogos olímpicos já lá vão... Foi uma boa “barrigada” desportiva e, desta vez gratuita, só temos de esperar mais quatro anos. Um bem haja à nossa seleção paraolímpica pelos excelentes resultados obtidos em Paris. Ainda no desporto, e cá pelo burgo uma história avulso. E esta tem a ver com a minha ingenuidade, que nos dias de hoje, vá lá eu saber porquê, ainda se mantém! Quando cheguei a S. João da Madeira, há mais de meio século, nos treinos de basquetebol as ferramentas eram parcas, bem refiro-me às bolas... Quando as pedíamos aos diretores da época, a resposta , tal como hoje, era, não havia dinheiro. O que me surpreendia era que, os mesmos diretores, eram capazes de organizar enormes jantaradas, que naturalmente alguém as pagava... A verdade, era que continuávamos sem bolas para treinar! Vocês perguntam o que é que isto tem a ver com os dias de hoje. Bem, a piscina municipal há anos que não vê uma pintura. Quando lá vamos e olhamos para o fundo, a melhor imagem que se nos oferece ver é compará-la com as pedras parideiras da Serra da Freita. Ao que parece não há verba, mas organizasse uma festa ao deus gin e lá se gastam oitenta mil euros. Ingenuidade minha! Já agora, e que falamos da piscina, não deixem chegar o inverno para que a calçada junto à piscina seja renovada. E como estou com a mão na massa, expliquem-me o que é o Portugal a nadar, porque, em termos de ensino e organização, nós sempre e, sem falsas modéstias, fomos melhores do que aquilo que nos é proposto. Sou mesmo ingénuo!
Bem, para a música, e porque um velho amigo, que lê as minhas crónicas, o que muito me apraz, propôs ouvir Meena Cryle, “It makes me scream”. Experimentem! A mim agradou-me, obrigado Durbalino.
Nos livros, um regresso à filosofia com “O Diabo e o Bom Deus”, de Jean Paul Sartre.
Comprar avulso não é assim tão mau. Já agora, continuem a comprar no comércio local, que se mantém de pedra e cal em pé.
Bom, adeus ao verão!