
Depois de termos sido atropelados pelas várias campanhas partidárias para as eleições autárquicas, somos agora atropelados pelos vencedores que, pelos vistos, são todos. E aproveitam agora para atirarem as farpas uns aos outros.
Sinto que há um pouco de masoquismo em todos nós. Bem, pelo menos em mim. Existe, quando ligo a televisão, e, voluntariamente me deixo atropelar pelas baboseiras que vão passando pelos vários canais. Autênticas clonagens com horas marcadas e repetitivas, sempre à espera de que o cão morda o dono! Ah!Ah!
Devia de haver uma lei que obrigasse os partidos a limpar a poluição que afeta os nossos olhos, com aqueles cartazes de todos os tamanhos e gostos… para além das promessas inseridas nos mesmos cartazes. Só os vencedores se obrigam a cumprir as promessas. O problema é que, daqui a quatro anos, já ninguém se lembra do que nos prometeram… Aos que ganharam, espero, que a piscina, que está pensada para um hotel de cinco estrelas, não vá avante. Mas, que pensem em piscinas como algo que é necessário para o ensino da natação. Não só da aprendizagem, mas também da competição. Desde já, e sem vaidades, ofereço os meus préstimos para tal fim.
Esperamos abrir os braços ao atropelo da felicidade. Que lirismo! Logo somos apanhados pelo turbilhão do mau gosto da paisagem urbana, a começar pelo mobiliário que transmite o mau gosto a todo o resto, e o medo daqueles que não ouvem ninguém convencidos de que sabem tudo. Ah! E aqueles que tratam a geriatria por tu e que o sexo ainda é tabu.
São só dores, e acreditem não são só de crescimento! Se bem que acredito de que há sempre algo para crescer, basta olhar com atenção à nossa volta. A propósito do que atrás está escrito, a nossa cidade hoje apresentava-se com vários pontos a serem submetidos à abertura de buracos, que vêm acrescentar aos que já cá abundavam! Será este o mote para os quatro anos que vamos ter pela frente? E o atropelo da guerra, com um cheiro não de paz, que nos deixa bastantes dúvidas… É esperar para ver! Até lá vamos sendo atropelados pelas notícias diárias. Na música, uns velhinhos do século passado, merecem uma audição.
São os Renaissance. Nos livros, “Ucrânia, fazer das fraquezas força”, de Anna Colin Lebedev. Não se deixem atropelar, e, principalmente não atropelem ninguém.

