Opinião

As profissões do futuro

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1. Hoje, em vez de falar do dia a dia da política, prefiro falar de futuro. Das novas tendências e dos nossos desafios. Começando pelas novas profissões dos próximos anos. Segundo o Fórum Economico Mundial, são estas as dez principais profissões do futuro: especialistas em inteligência artificial; especialistas em sustentabilidade; analistas de business intelligence; analistas de segurança de informação; engenheiros de fintech; analistas de dados; engenheiros robóticos; especialistas em Big Data; operadores de equipamentos agrícolas; especialistas em transformação digital.
Segundo a mesma prestigiada organização, há outras dez profissões que tenderão a desaparecer até ao final da década: caixas de bancos; funcionários dos correios; operadores de caixas e cobradores; digitador de dados; secretários administrativos; assistentes de registo de produtos; escriturários de contabilidade; gerentes de relacionamento; oficiais judiciários; vendedores porta a porta.
2. Claro que tudo isto são previsões. Como todas as previsões, também estas podem acertar ou falhar. Mas há uma realidade indiscutível: está em curso a revolução digital. Uma revolução imparável que vai gerar muitos novos empregos e a extinção de vários outros. São mudanças equiparáveis a tantas outras que já tivemos no passado. Já tivemos o papel selado na relação do cidadão com a Administração Pública. Hoje, nem sequer é necessário papel na maioria dos actos e requerimentos. Já houve o tempo em que, para qualquer operação, se tinha de ir pessoalmente ao Banco. Hoje, quase tudo se faz por via digital. Ainda há poucas décadas se trabalhava ao sábado de manhã. Hoje, já se começa a pensar em não o fazer sequer à sexta-feira.
A internet revolucionou o mundo. E a digitalização – a nova revolução em marcha – vai aprofundar esta mudança. Sobretudo na sua vertente da inteligência artificial. A grande rotatividade no mercado de trabalho será a pedra de toque das novas tendências e dos novos desafios do futuro.
3. Alguns podem ver neste panorama um fator de preocupação. Afinal, as mudanças geram sempre ansiedade. Mas não há razão para isso. A revolução digital e a inteligência artificial vão gerar mais progresso e progresso mais rápido. E isso é de uma enorme virtualidade. Claro que há mudanças a fazer, formação profissional a realizar, reconversão de algumas atividades e profissões, reciclagem de métodos e formas de intervenção. Mas tudo isso faz parte da dinâmica da vida. E nós queremos viver de forma sustentável.
O tempo é de ambição. Temos todas as razões para ambicionar um futuro melhor. Até por uma última razão: esta revolução digital é a primeira, de há séculos a esta parte, em que nós, portugueses, não partimos em posição de desvantagem. Nas revoluções anteriores, faltava-nos a matéria-prima. Nesta revolução, temo-la em quantidade e qualidade: as pessoas, o seu talento e as suas altas qualificações. A começar na geração de jovens mais preparada de sempre.

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