Entrei na Oliva-Indústrias em junho de 1961 para o Despacho Oficinal como,
Apontador. Em abril de 1967 foi prestar o serviço militar e terminei em maio de 1970, regressei à Oliva na minha condição de Apontador.
Em outubro 1970, foi-me apresentado pela divisão de Marketing e Relações Publicas, o Diretor desse departamento era o Sr. Dr. Renato Figueiredo que mais tarde veio assumir a chefia da Biblioteca Municipal da nossa cidade. O colaborador direto de Renato Figueiredo era o Dr. Magalhães dos Santos que muito me ajudou a integrar nesse novo ofício. Entretanto, foi sabendo coisas que o Doutor fazia nos seus tempos livres, por exemplo; era um grande colaborador do “O Regional” através das suas crónicas “Ao Correr da Pena”. Comecei a ler os seus escritos e apercebi-me que Magalhães dos Santos, tinha a qualidade e a arte de bem escrever! Em dada altura, ele deu-me para ler alguns textos seus que tinham sido censurados pela Pide.
Eu era uma pessoa desinteressada na compra de livros. Tive livros quando estudava na Escola Industrial noturna, oferecidos pela Fundação Oliveira Júnior. Um dia disse-me o Doutor, “quando alguém quer aprender para saber ler e escrever bem, tem de ler muito”. Certo!
Numa das reuniões da Câmara, foi aprovada por unanimidade a atribuição de “Medalha de Mérito Municipal em Ouro ao Dr. Magalhães dos Santos”, pelo seu desempenho na “dinamização da vida cultural da cidade” em múltiplas vertentes.
Foi, sem dúvida, uma surpresa que eu não esperava…
Sobre que sabemos e lembrarmos nos tempos que superou pelo senhor Dr. Magalhães dos Santos e os seus elementos com o gosto e a exuberância da vida.
. O “Dá Cá - Dá Cá”, o Futebol e o jogo, era os melhores atletas com a bola.
. “Os Kágados”, com as corridas para ganhar, e escrever “O Regional”.
. Um bom, “Torneio de Voleibol” com os “QUINS”, como eles os “saltos” a gosto.
. O Teatro, a “A Falecida” e o publico éramos nós, os associados do Centro.
. “Ao saltarmos a fogueira”, estes são os PR’OS POETAS que sabem e cantam.
Tenho o meu amigo, e o Dr. Magalhães tinha o seu “bilhete” e eu “Carlos Alberto”, tenho uma cópia de “vigia”, para a minha tranquilidade o calendário de 1970.
“CARLOS ALBERTO”
Quando entrou n’ “A Falecida”
Representou a valer!
Com um gato-pingado assim
Nem apetece morrer!
No basquete é que ele se safa,
A marcar pontos a rodos…
Mas distribui tanta “lenha”
Mata os adversários todos!
Dá encontrões, passa rasteiras,
Manda-os todos pró estaleiro!
E lembrado do teatro
Serve-lhes de cangalheiro.
Silva Alberto Carlos Matos,
Deixe-me só que lhe diga:
Com um gato-pingado assim
Vou passar a usar figa.
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