Tão bonito é o Natal e quão bonita está a cidade! Nesta época tudo ganha cor e luz.
Tudo ou quase tudo.
Se é verdade que no que diz respeito à decoração natalícia está tudo iluminado, já no que respeita à iluminação das estradas parece que alguém não pagou a eletricidade. Não que as estradas principais não tenham luz, ou luz insuficiente. É nas estradas mais escondidas, ou secundárias, que se nota algum esquecimento por quem de direito nesta questão.
Dou aqui o exemplo da Avenida do Casadelo, mais precisamente entre a rotunda que dá com a Rua do Marco Divisório e a rotunda que dá com a Rua de Moçambique. Aqueles metros de estrada, em parte desse troço, são a plena escuridão quando a noite aparece. Não há ponta de luz que saia daqueles postos de eletricidade.
Como este exemplo, há outros que sofrem do mesmo mal.
A falta de iluminação nas estradas que são usadas por menos pessoas, em comparação com as estradas do centro da cidade, propicia o receio de usar estas estradas e, posteriormente, o esquecimento destas e a sua deterioração.
Este tipo de falhas, que tendem a acontecer nas partes mais escondidas da cidade, excluem certas partes da cidade – como se estas fossem a zona de ninguém – do foco político. O que leva, a médio e/ou longo prazo, ao aproveitamento daquelas zonas por parte de pessoas que fazem de ilícitos criminais o seu ganha-pão. Passando a serem zonas de práticas criminais, seja de passagem – como os pontos de passagem de droga – ou não – como os assaltos a quem passa ou mora naquelas zonas, de forma recorrente.
Posto isto, que não é mais do que uma chamada de atenção a quem de direito, que se dê a atenção merecida a toda a cidade e não apenas a algumas partes. A secundarização de partes da cidade não traz nada de bom para esta, muito pelo contrário. Não deve haver zonas privilegiadas em detrimento de outras. Caso contrário, estamos a criar uma zona escura dentro duma cidade que se quer iluminada por inteiro.