Eis-nos em julho, a três meses das eleições autárquicas.
Ainda sem data marcada, apenas com a previsão de se realizarem entre 26 de setembro e 10 de outubro, o sufrágio já mobiliza as estruturas locais dos partidos.
A maioria dos partidos, ou coligações, com assento parlamentar apresentou candidatos para a autarquia de São João da Madeira. Entretanto, até ao final do mês, as mais diversas listas devem ser encerradas e os nomes dos constituintes indicados. É de esperar que surjam mais candidaturas, atendendo ao envolvimento de alguns munícipes em causas do bem-estar animal ou ambientais. Podendo inclusivamente aparecer alguma lista associada aos novos partidos da direita, demonstrativas das suas capacidades de mobilização municipal.
Há quem não esteja à espera destas incertezas e atalhe, promovendo a apresentação de candidatura, indicando slogans, preferindo esta dinâmica em lugar de outras.
Cada qual escolhe a sua estratégia.
Os caminhos são os mais diversos e o que importa é esclarecer os eleitores, seja através da divulgação de candidatos e posteriormente de programa eleitoral, seja de qualquer outra forma.
Poderá haver receitas melhores, no entanto, é no conjunto de liderança, equipa, propostas e campanha eleitoral que os eleitores se vão basear para decidir o seu voto.
Para já está tudo a arrancar.
Há mais incertezas do que o contrário.
Existe uma outra perspetiva das eleições que é a da avaliação à capacidade de gestão do partido que lidera o executivo autárquico. Neste caso, pondera-se a execução do programa eleitoral, a capacidade de execução de obras municipais, a concretização de investimento, incluindo a captação de fundos comunitários e o cumprimento do orçamento municipal, esperando-se que a dívida diminua, a menos que haja uma forte justificação que impeça esta prática.
É natural a ponderação da atividade do executivo.
Haverá várias perspetivas, analise-se os seguintes dados:
- No final de três anos, já em tempo de pandemia, o atual mandato foi resumido à execução de pequenas obras, pequenos gestos;
- Das “grandes obras” entretanto lançadas, maioritariamente de reabilitação de espaços, esperava-se a sua concretização antes de maio deste ano;
- O relógio não ajudou e estando a mais badalada prestes a terminar, os comerciantes envolvidos manifestaram o seu desagrado, pelo atraso, pela inversão de prioridades e pela amputação de estacionamento;
- Ainda no centro, surpreendeu a extensão da reabilitação à rua Alão de Morais, sitiando a artéria, condicionando o acesso a residências e aos estabelecimentos comerciais. Obras iniciadas logo após o desconfinamento de abril, que é bom recordar, permitiu a reabertura ao público do comércio. A precoce abertura ao trânsito permitiu assistir ao desespero dos comerciantes, pelo arrastar do condicionamento, pelo pó, pela lama evasiva, pelas máquinas a trabalhar extravasando a área em obras, pelos buracos no asfalto, pela ausência de passeios, pelo transtorno e desespero que tudo isto causa.
- Outra obra incluída na reabilitação urbana, o mercado municipal, só ficará concretizada no final do ano;
- O fecho parcial da Rua do Vale, com o acesso à Zona Industrial das Travessas encerrado, provocando filas demoradas em horas pós-laboral.
- Anunciaram-se algumas reabilitações, para o futuro, indicando-se passado algumas semanas, que afinal o financiamento não está garantido.
Algumas destas intervenções poderão ficar terminadas daqui a poucos dias.
Veremos se a população terá tempo para assimilar as mudanças implementadas e de as considerar uma melhoria.
Serão estas dúvidas que serão avaliadas nas próximas eleições autárquicas.