Opinião

As festas e o que fazemos delas

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Estamos na época mais quentinha do ano. Não pela temperatura que se faz sentir, mas pelo espírito que a todos invade. É nesta época, entre o Natal e os Reis, que o nosso coração aquece com as luzes a piscar, e que dizemos mais vezes o quanto gostamos dos outros.
O Natal é mágico também por causa disso. É por esta bolha de amor que todos sentimos estar envolvidos que torna estes dias tão especiais. O que também ajuda a tornar estes dias diferentes do resto do ano são os enfeites que podemos ver nas casas e nas ruas. Se nas casas cada um veste a sua como lhe convém, nas ruas não pode ser assim.
A cidade está (quase) toda iluminada. Algumas rotundas estão lindas com as estrelas de Natal florais – aquele vermelho dá vida ao verde habitual das rotundas. A praça Luís Ribeiro está tão bonita com aquela árvore gigantes e as centenas de luzinhas. À noite fica deslumbrante aquela árvore. Pena não ter havido um espaço dedicado aos mais novos. A intenção daquela bola de neve que colocaram acredito que tenha sido a melhor, mas o resultado não é de enaltecer. É curioso como São João da Madeira já esteve tão à frente dos seus vizinhos Santa Maria da Feria e Oliveira de Azeméis, e nos últimos anos as ofertas de Natal (e não só) ficam muito aquém daquilo que oferecem por lá. É como se estivéssemos a regredir em alguns campos, ficando para trás sem conseguir apanhar o ritmo das cidades aqui tão próximas. O Natal é sobretudo dos mais pequenos, não se esqueçam disso.
Voltando ao espírito natalício que ainda agora falávamos, é bom nos lembrarmos que esta época também é propícia à solidariedade. Partilharmos o que temos faz-nos bem. Não olhar para o que os outros estão a dar, mas estar atento a tudo o que nós damos. Sejam palavras, comida, dinheiro, não importa. Ao dar aos outros estamos também nós a receber. E não é preciso ser rico, ou viver acima da média, financeiramente. Há formas de partilharmos o que temos sem gastar dinheiro. Uma dessas formas é a doação de sangue. Não está ao alcance de todos, pois há requisitos a cumprir, como o peso, a idade, e outros, mas está ao alcance de muitos. Não custa nada, não temos de pertencer a uma classe social, ter escolaridade obrigatória ou ser a melhor pessoa do mundo. A intenção de ajudar quem está a passar por uma situação de saúde que precise de sangue é suficiente para ser solidário estas festas. Se não pode dar sangue, dê outra coisa, mas dê. Dê uma conversa sincera a quem esteja a precisar, dê um abraço, há tantas coisas que podemos dar. Não se deixe vencer pela vergonha. Aproveite esta época para espalhar o bem e criar em si uma cultura de partilha e gratidão.
Ainda bem que temos árvore de Natal e as luzes, mas o que seria de nós se não olharmos para o lado?

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