Opinião

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Cem anos de O Regional
Na década de 20 do século passado, a freguesia de S. João da Madeira atingiu um estado de desenvolvimento impressionante para a época. A indústria cresceu de modo exponencial e transformou-se no elevador económico, social e cultural da futura cidade.
É neste contexto histórico que aparece O Regional. Durante 100 anos, sem interrupção, o jornal vai acompanhar a terra, e a sua gente, e torna-se o principal registo histórico desde aí.
No centésimo aniversário de O Regional é incontornável não referir este acontecimento, dar os parabéns a todos os que contribuíram para que chegasse até aqui e desejar que continue por muitos e mais anos.

Vinte anos do Euro
No primeiro dia deste mês fez 20 anos que nos entusiasmamos com a as novas moedas e notas do Euro. Deixamos o Escudo e passamos a ter uma moeda mais forte que nos trouxe mais facilidade quando nos deslocamos ao estrangeiro.
A adesão à moeda única por Portugal foi em 1999, data em que perdemos a soberania monetária (deixamos de ter uma moeda, um banco central, uma política monetária, financeira e cambial) mas só em 2002 passamos a dispor da moeda física.
Os defensores do Euro em Portugal, antes da entrada na nova moeda criaram as condições legais para que se realizasse um referendo para que os Portugueses pudessem decidir, com o seu voto, se Portugal aderia, ou não, mas, posteriormente, mudaram de opinião e decidiram que não havia necessidade de referendar e não deram a palavra ao Povo.
Após duas décadas é tempo de avaliar se as expectativas criadas pelos os responsáveis dessa altura se verificaram. Na verdade, a promessa tão batida no final dos anos 90, onde nos garantiam que íamos alcançar o “pelotão da frente” não se verificou ainda.
Os salários divergiram relativamente ao tal pelotão. O salário mínimo nacional está muito abaixo do salário mínimo da generalidade dos países da Europa. E o salário médio em Portugal, um pouco mais de 1.000 euros, afastou-se da média da UE que é 1.900 euros.
No ranking dos países europeus, Portugal ficou mais para trás.
Há, neste momento, falta de trabalhadores em vários sectores de actividade, mas, como os ordenados são tão fracos, há cada vez mais jovens, muitos deles altamente qualificados, a emigrar. Um país com um saldo demográfico negativo, ao ver sair os mais novos devia estar radicalmente empenhado em valorizar os salários, mas isso não está a acontecer.
Também o crescimento económico se reduziu. Prometeram que com o Euro o País estava protegido nas crises económicas, mas, pelo contrário, a tal moeda forte não nos protegeu quando a crise bateu à porta.
PS e PSD trocam acusações, às vezes tão estranhas, que fariam pensar a alguém que estivesse a chegar de Marte que ambos os partidos não tinham sido responsáveis pelos governos dos últimos 20 anos, num período em que produção nacional foi muito prejudicada: na indústria; na agricultura e nas pescas. Nestes anos: o endividamento público bateu o record; cresceu a precariedade laboral; baixaram os salários reais; aumentou a emigração; as privatizações da energia foram um desastre e a banca foi alvo de crimes que prejudicaram muito o Estado Português.
Estamos num processo eleitoral onde se fala muito na governabilidade e pouco na dignificação do trabalho. Será que as eleições vão permitir que o País se levante? Oxalá que sim!

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