Ao caminhar pelas areias finas de uma praia do sul do nosso país, deparamo-nos com construções de cabanas junto às dunas, feitas com resíduos apanhados naquelas areias finas. Ao reparar na qualidade das cabanas vários pensamentos me ocorreram. Logo surgiu a ideia de que era uma boa maneira de limpar as nossas praias. Também pensei que no futuro ainda iremos ter concursos de cabanas feitas com o que vai proliferando pelos nossos areais. Mas, o mais romântico dos pensamentos foi mesmo: um amor e uma cabana. Romântico, porque me lembrei quando jovem, uma das promessas que fazíamos às raparigas que arriscavam namorar connosco, na melhor das hipóteses o nosso futuro seria: amor e uma cabana! Bem, nos dias de hoje, penso que as promessas serão diferentes. Talvez , mais materialistas, penso até que não existirão promessas nenhumas, e se as houver, acho que são difíceis de cumprir... Pois ao vermos a tristeza e as figuras que fazem aqueles que usam a violência doméstica. Terá sido isto uma promessa de amor?!
Este verão, mais uma vez com a Lídia, fizemos o Caminho da Costa até Santiago de Compostela... 280kms maravilhosos!!! Muito tempo para pensar... Será que os responsáveis de cada município também fazem promessas aos seus eleitores do tipo amor e uma cabana?!?! Constatamos que alguns superam-se, muitos há que se ficam pelo serviço mínimo... Os espanhóis ganham-nos! Gostava que assim não fosse, caramba! Custará assim tanto aprender com eles? Pois eles não se chateiam em aprender connosco. Quanto mais não seja a não ir pelo mesmo caminho que estamos a ir... E puxando uma sardinhinha para a minha brasa, os espanhóis têm campos de basquetebol em tudo que é sítio, desde cidades, a pequenas localidades e até em parques de lazer. Olhando cá para o burgo, por favor, façam mais por quem cá vive... Até nas pequenas coisas se vê! Não deixem os caixotes do lixo enferrujarem, que mau aspeto dá a uma cidade... Senão corremos o risco de pensar que quem nos governa mantém-se no amor e uma cabana!!! O amor só, por vezes, não chega.
Começamos a preparar o adeus ao verão. Parece que mais uma vez o gin é o rei, enterram-se os amores de verão, mostram-se os bronzes... cá por casa tenho um que adoro! Há o regresso às aulas, espero sem atropelos para quem ensina e as maiores felicidades para quem aprende. Para os meus amigos, e não só, abracem o outono. Aqueles que tem de renovar as vacinas não se atrasem a tomá-las...
Na música, juntem um banjo, um bandolim, uma guitarra, um baixo e um violino. Ou então, escrevam “Bluegrass”, ouçam e divirtam-se!
Nos livros, e porque está para começar um novo ano escolar, proponho “livro de reclamações das crianças”, de Eduardo Sá.
Cuidado com as reentre e. já agora, com os radares!