Caros Sanjoanenses
Sou, a Voluntária de rua da Causa Animal de S. João da Madeira.
Moro na Avenida do Brasil e como todos constatamos esta avenida, embora não sendo única na cidade, necessita de obras urgentemente.
A estrada encontra-se em péssimo estado. Nos passeios nota-se e sente-se a ausência de manutenção. Os contentores de lixo, uns, mal localizados, outros quebrados. As paragens do transporte público, uma, mesmo ao lado de um contentor de lixo, outra em frente, desativada. Quando chove torrencialmente a avenida fica inundada, as sargetas não possuem capacidade para escoar as águas pluviais, estes são alguns pontos a necessitar de respostas por parte da autarquia.
No passado dia 2 de abril, os moradores e comerciantes da avenida foram convidados a participar na sessão pública de apresentação do projeto de desenho urbano e remodelação de trafego da mesma.
Foi feito a apresentação do projeto e de talvez uns 60 minutos de duração. A discussão levou 3 vezes mais.
Os moradores e comerciantes apresentaram as suas dúvidas e receios na transformação da avenida.
As dúvidas centraram-se nomeadamente no facto de a realização do projeto levar à diminuição dos espaços de estacionamento essenciais quer aos moradores quer aos comerciantes.
Todos nós constatamos, diariamente, que a falta de estacionamento para o comércio de rua é um fator de insucesso e não sobrevivência do mesmo.
Lembro que, a nossa cidade possui várias grandes superfícies comerciais e sabemos que todas elas possuem parques de estacionamento, logo devemos refletir que as mesmas sabem que este facto é um ponto importante do seu sucesso.
Pergunto: e então, quanto ao comÉrcio de rua? Em que ficamos, quando este fator, estacionamento, lhe é negado. Como fazer chegar os clientes ao comércio de rua?
E os moradores, onde estacionam as suas viaturas?
Numa cidade onde o transporte público é, como se vê, como se sente, ineficaz, insuficiente, como nos movimentamos?
De carro, com certeza. A nossa Avenida como outras da cidade tem diariamente um número elevado de automóveis, possui picos de tráfego. Representa uma entrada e saída da cidade, temos uma escola, umas piscinas, um complexo desportivo, uma superfície comercial, a circulação automóvel a todos estes destinos, provoca filas e constrangimentos. Dá que pensar.
Vão ser plantadas árvores, pois árvores, perguntei se as mesmas mais tarde quando crescerem não provocarão danos nas vias de mobilidade da avenida. Pela explicação que recebi, não, se as mesmas forem tratadas e cuidadas. Fiquei preocupada, pois o tratamento das árvores na nossa cidade, por parte do município, é mínimo, quase inexistente.
Quanto as águas pluviais e saneamento, continuamos com dúvidas, pois quando chove é como se vê, como se sente, inundações.
Estará esta área preparada para esta obra?
No geral, na minha opinião, apesar de termos consciência de que a nossa avenida necessita de obras, o projeto apresentado, não agradou.
O valor deste projeto ronda os 3 milhões de euros, sim, os 3 milhões de euros, muito dinheiro público, muito dinheiro dos nossos impostos.
Segundo, ouvi, o projeto do desenho urbano (45 mil euros) assim como a revisão do projeto, que é obrigatória, por lei (18mil 750 euros) ficam muito caros ao erário público e fiquei com a sensação de que é mesmo assim, obrigatório e dispendioso. Será? Porquê?
Não posso deixar de pensar, que algo precisa de mudar, na execução das obras públicas, pois além de dispendiosas, burocráticas ainda se arrastam no tempo. Portanto, resumindo, financeiramente dispendiosas, envoltas em burocracias, arrastadas no tempo.
Que adianta, fazer concursos públicos onde o preço mais baixo ganha se depois se perde em qualidade e tempo e se correr mal se volta a perder dinheiro em processos na justiça. Dá que pensar.
Por último, na minha opinião, ouvir, escutar o cidadão, tornar a cidade mais acessível, mais feliz, é também uma manifestação de democracia, da conquista e comemoração do 25 de Abril de 1974.
Sejam felizes
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