Há um ano, mais dia menos dia, escrevia-vos sobre as luzes de Natal já estarem acesas, mas partes da cidade estarem sem iluminação nas estradas. Um ano passado e não há grande alteração, a não ser, no dia em que escrevo este texto, ainda não estarem acesas as luzes decorativas da época festiva que se aproxima.
Nesse texto dava o exemplo da “estrada Avenida do Casadelo, mais precisamente entre a rotunda que dá com a Rua do Marco Divisório e a rotunda que dá com a Rua de Moçambique. Aqueles metros de estrada, em parte desse troço, são a plena escuridão quando a noite aparece. Não há ponta de luz que saia daqueles postos de eletricidade”. É verdade que agora tenho a sensação que há mais iluminação neste troço do que havia no ano passado. Contudo, ainda há uma parte em que a noite reina e não há um foco de luz acesa para auxiliar a visão quer dos condutores, quer dos pedestres.
O que é que relaciona as luzes de Natal e as luzes das estradas? Nada. Isto é, não se quer que nesta época a cidade não tenha iluminação de Natal. Penso que todos queremos e gostamos das luzes que trazem um brilho especial à cidade. Todavia, isto torna a falta de iluminação das estradas ainda mais insólita! Teremos parte da cidade toda bonita e iluminada (e bem!), e outra parte às escuras? Quem fala do exemplo acima referido, fala de outros. Temos troços de estrada que, possivelmente por saírem do centro da cidade, não são iluminados pelos postos de eletricidade. Como se só o centro da cidade e arredores fossem merecedores de uma boa iluminação e, mais nas extremidades, não fosse necessário atenção às falhas/irregularidades existentes.
Isto diz muito sobre o poder político da cidade. Vivemos num país onde o importante é mostrar e vangloriar o que de bem se faz (mesmo que seja pouco), como se isso não fosse a obrigação de quem assume as pastas, e “varrer para debaixo do tapete” o que não importa. Ainda não há muito tempo, saiu neste jornal um artigo de José Nuno Vieira, onde o autor escrevia sobre a Recolha de Resíduos. Exaltou o caminho traçado para a Recolha de Resíduos Urbanos. Não podemos negar que estes têm sido alvo de algumas medidas que visam uma cidade mais sustentável, mas escrever um texto de exaltação ao poder político quando temos as ruas cheias de lixo por recolher é, no mínimo, caricato. Como também já se tem escrito neste mesmo jornal, as pessoas não estão satisfeitas com as falhas sucessivas da Recolha de Resíduos Urbanos. Temos contentores e contentores cheios, em diversas partes da cidade, que passam mais de dois dias sem serem recolhidos. Como é que pode alguém responsável por este assunto vir fazer bandeira de algo que está constantemente a ser alvo de críticas e falhas? Será que estamos todos no mesmo sítio e a ver coisas diferente? Ana Couto, também cronista neste jornal – a quem saúdo pela intervenção ativa e instinto de cidadania apurado –, já alertou nas reuniões de Assembleia para este problema (assim como outros sanjoanenses). Eu não vejo o problema a ser resolvido. Ainda assim fazem bandeira de que os munícipes confiam no serviço de Recolhe de Resíduos.
Como podem ver, por estes dois exemplos e que, como sabem, podiam ser outros, muito se diz e pouco se faz!