O pluralismo prevaleceu e no boletim de voto para a eleição da Câmara Municipal aparecerão seis candidaturas. A tendência nacional dos últimos anos, de fragmentação do espectro partidário, prevaleceu também em São João da Madeira.
Mesmo no final do prazo, duas candidaturas surgiram para acompanhar as quatro anunciadas e devidamente publicitadas pelos respetivos partidos. O risco de aparecer tarde e já em período de férias da imprensa local, é prejudicial para estas forças partidárias, mesmo para as que têm representação parlamentar. Para estes, o mês de setembro será uma corrida contra o tempo, pela surpresa provocada, pela demonstração de não existir uma estrutura concelhia, evidente pela candidatura singular a um órgão autárquico e perante toda esta estranheza haverá pouco tempo para consolidar as propostas eleitorais, sendo por isso perfeitamente normal que os eleitores no momento do sufrágio não optem por estes partidos.
O número de candidaturas subiu relativamente há quatro anos, no entanto, não é a primeira vez que se atinge a meia dúzia de partidos candidatos, embora há oito anos um dos proponentes tenha sido um movimento independente.
É evidente que em outros concelhos há mais candidaturas. Ou pela ausência de coligações partidárias, ou pela apresentação a sufrágio de outros partidos com representação parlamentar, que procuram nas eleições autárquicas consolidar as estruturas locais do partido, apresentando-se atempadamente aos eleitores, para conseguir manter ou aumentar a fidelização de votos.
Neste capítulo, para encerrar a análise aos partidos candidatos, uma pequena nota para a ausência do PAN. Depois de quatro anos com várias ações registadas ao longo desse período, não haver recandidatura deste partido é uma surpresa, pela negativa. Haverá certamente razões válidas, no entanto, pela dimensão nacional deste movimento, é importante esclarecer devidamente os eleitores, pois a omissão é arriscada para o futuro.
A pré-campanha prossegue.
O foco dos candidatos ainda está centrado na análise dos últimos quatro anos. O partido do poder enaltecendo a sua gestão, a oposição por seu lado procurando evidenciar o que de menos bom foi feito, ou mesmo atirando-se às lacunas programáticas e de inação.
O escrutínio será dos eleitores.
Muitos já decidiram.
Outros estão à espera das propostas eleitorais.
Do programa eleitoral diferenciador. Com novidades ou novas soluções para surpreenderem os indecisos. Ou apenas ideias, bem estruturadas, que permitam ao eleitor compreender melhor o calibre das promessas apresentadas.
Às vezes, as críticas da gestão passam a programa eleitoral, conferindo ao partido proponente uma coerência que é de salutar. Uma singeleza fácil de entender.
Há ainda eleitores que estão à espera dos dias da campanha, na expetativa de um contacto, ou mesmo para verificar qual a maior dinâmica dos candidatos, na mobilização, na empatia e mesmo na assertividade. Neste período, muitos eleitores espreitam a aptidão de propaganda da “máquina” partidária. Se a campanha proposta não tiver chama, for previsível e uma desilusão, condicionará o voto.
Existem igualmente eleitores que esperam por um debate entre candidatos. À semelhança dos programados pela televisão estatal, incidindo sobre vinte e duas autarquias do território continental. É sempre uma possibilidade de ouvir a capacidade oratória dos pretendentes a presidente da autarquia, na explicação do próprio programa ou no confronto de ideias.
De hoje até ao dia das eleições, pouco mais serão do que três semanas.
Prevêem-se intensas.
A decisão da maioria dos eleitores será um reconhecimento do fôlego, do candidato vencedor.