Opinião 1.º de dezembro de 1640 - Restauração de Portugal Publicado há 2 mesesManuel Ismaelino2 meses atrás • Favoritos: 59 O desastre de Alcácer Quibir não o foi só porque ali desapareceu muito da juventude portuguesa que acompanhou o próprio Rei D. Sebastião, também ele desaparecido nessa infeliz batalha. O mal refletiu-se em Portugal com a perda da independência e a cobiça dos reis de Espanha. Para isto contribuiu a falta do Rei, morto na flor da idade sem deixar descendente, e a posição de alguma nobreza desejosa de acautelar os seus benefícios. Sim, como disse o Poeta, traidores houve algumas vezes. E foi assim que o Rei Filipe de Espanha veio a ocupar o trono português. E fizeram-no durante 60 anos que constituíram uma humilhação para os portugueses. Foram enormes os prejuízos tanto no continente, como nas possessões ultramarinas, que se viram deixadas ao abandono. Foram sessenta anos de prejuízo de vergonha. Mas nem todos os portugueses se acomodaram. Pouco podiam fazer, que os espiões eram muitos. Mas no coração de alguns o patriotismo não desapareceu e a ideia de lutar contra a maré foi aumentando o número de desejosos de mudança de Portugal para os trilhos da História. O tempo foi passando o número de desejos de independência foi aumentando. Nesse número estavam muitos jovens e algumas mães que entregaram os seus filhos à revolução, como Dª Filipa de Vilhena e tantos outros – Ide e voltai vitoriosos ou não volteis jamais! Belo exemplo de portuguesas verdadeiras! Sem espalhafatos, com a descrição, e dia escolhido para a sublevação chegou no dia invernoso 1.º de dezembro. Aos olhares perplexos dos transeuntes, respondiam com a maior das convicções. – É um instante enquanto tiramos um rei e pomos lá outro. E assim foi. Tomado de assalto o palácio, a guarda nem tempo teve para adivinhar o que estava a acontecer. O português traidor, Miguel de Vasconcelos, foi morto e a Duquesa de Mântua, representante do rei espanhol em Portugal, foi convidada a sair pela porta, a não ser que preferisse sair pela janela… Os 40 conjurados, a que muitos mais se juntaram, gritaram então com toda a força do seu patriotismo! – Viva el-rei D. João IV. De norte a sul de Portugal, foi o feito conhecido, notícia que os sinos das igrejas de Portugal deram conhecimento. Portugal é hoje uma nação independente e esse rumo foi traçado no dia 1 de dezembro de 1640. Aos bravos guerreiros o nosso muito obrigado. Foto DR 59 Recomendações0 partilhasPartilharTweetMarcarCopiar linkE-mailImprimir