“Fastos de História” foi o primeiro texto que Samuel Bastos Oliveira escreveu nas páginas de ‘O Regional’ em 1952.
Jornal ‘O Regional’ - Começou a colaborar com ‘O Regional’ em 1952 numa altura em que ainda era quinzenário. Nesses tempos, que importância tinha um jornal da região?
Samuel Bastos Oliveira - É verdade. Numa altura em que era diretor e administrador José Soares da Silva. Nessa altura, as freguesias da Região eram essencialmente agrícolas, mal eletrificadas, pois apenas as casas dos lugares centrais da povoação tinham luz elétrica e nos da periferia “vivia-se” à luz da candeia ou do gasómetro.
Não havia televisão e eram muito poucos os aparelhos de rádio e a Imprensa Diária não tinha quiosque nem distribuidor na Região. Nestas circunstâncias, O Regional, a par de outros semanários, era quase a única fonte de informação, de linguagem simples e clara, para os povos das Freguesias da Região e simultaneamente elo de ligação entre as populações, um meio de cultura e socialização e, além disso, um defensor das aspirações e do progresso dos povos, que carinhosamente o passavam de mão em mão.
O primeiro exemplar do jornal chegou aos sanjoanenses em janeiro de 1922. Numa altura em que assinala o seu centenário como classifica a história deste jornal?
Nascido para a Comunicação Social, a 01 de janeiro de 1922 e, sem interrupções, a viver em 2021, de corpo robusto e espírito afoito para a luta jornalística, O Regional é um semanário heróico que ultrapassou as mudanças sociais e políticas do seu caminho e que tem sobrevivido, com dignidade, à crise da Imprensa Portuguesa que tem levado à extinção de vários jornais diários e regionais.
‘O Regional’ completou dia um janeiro, cem anos de existência! Bela idade e bonito rosto sem as marcas desfigurantes do tempo vivido e pujante de vida, sonhador como os jovens, ousado e confiante no futuro.
Parabéns, muitos parabéns a O Regional e ad multos annos!
Como eram as suas crónicas/notícias?
As notícias que, nesses tempos longínquos, publiquei em O Regional eram pequenos relatos, muto simples e em linguagem clara e acessível (como convinha para a compreensão popular) de melhoramentos, comemorações e eventos civis e religiosos locais, como: beneficiação das escolas primárias; alargamento e melhoria do piso dos caminhos por parte da autarquia local; eletrificação do lugar de Paços; construção da sede da Banda Musical de Fajões pelo benemérito professor Gonçalves Moreira; festas religiosas e romaria de S.Marcos, em S.Mamede; actuação da Banda de Fajões em eventos locais e na Região (…)
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3873 de O Regional,
publicada em 6 de janeiro de 2022