O Partido Socialista perdeu nas eleições de domingo para a Aliança Democrática, onde ambos cabeças de lista pertencem ao distrito de Aveiro. Luís Montenegro garante estar pronto para governar, com uma mudança que trará “novas políticas”.
Mais de dez milhões de portugueses foram chamados a votar na escolha dos 230 deputados à Assembleia da República, no último domingo, dia 10. Os resultados foram conhecidos já passava da meia-noite: a Aliança Democrática (AD) ganhou as eleições legislativas e o novo primeiro-ministro, Luís Montenegro. O provável novo chefe do executivo aguardará agora que Marcelo Rebelo de Sousa o indigite primeiro-ministro e garantiu estar preparado “para cumprir a mudança”, uma mudança “com novas políticas”.
Relativamente aos resultados globais a Aliança Democrática (AD) (29,5 %) que junta PSD, CDS-PP e PPM, elegeu 79 deputados, apenas mais dois do que o Partido Socialista (PS) (28,7 %). A grande surpresa da noite eleitoral foi o Chega, que elegeu 48 deputados, quadruplicando os resultados das legislativas de 2022 (18,1%.
Luís Montenegro começou a sua intervenção destacando a descida significativa da abstenção, o que reflete no “nível de participação que, finalmente, inverteu aquela que era uma tendência que parecia difícil de contrariar”.
O líder social-democrata acrescentou que o “mérito” deste sucesso se deve “a todos os candidatos” nesta eleição legislativa.
No discurso de vitória, o líder do PSD e da AD, sublinhou a determinação em implementar “a base do programa eleitoral sufragado”, adiantando que “há razões para acreditar em Portugal e nos portugueses”.
Entre aplausos e gritos de vitória, o presidente do PSD disse, perante uma sala cheia de apoiantes, que não restavam dúvidas que a AD “ganhou as eleições e o Partido Socialista perdeu as eleições”. Montenegro acrescentou que os portugueses “disseram, em primeiro lugar, que queriam mudar de governo, em segundo lugar, que queriam mudar de políticas”, e em terceiro lugar que “querem a renovação dos grandes partidos”. Já em quarto lugar, “disse também que é necessário que os partidos, nomeadamente os que têm representação parlamentar, devem privilegiar mais o diálogo e a concertação entre lideres e partidos”, realçou.
Disse ter a noção que o “desafio” que tem pela frente é “grande”, tendo consciência que os mesmos vão “exigir grande sentido de responsabilidade a todos”.
Questionado pela comunicação social sobre o (não) acordo com o Chega, assumiu que cumprirá a “sua palavra” de não se coligar com André Ventura, assinalando que dirá ao Presidente da República que está “pronto para iniciar a governação”, no respeito pela vontade dos portugueses.
Montenegro sublinhou que o cumprimento do programa do seu governo “terá de passar” pelo diálogo na Assembleia da República. Defendeu que todos os partidos com assento no parlamento “têm o dever” de assegurar condições de “governabilidade ao Governo que pretende formar, na sequência das legislativas” do último domingo. “A todos é exigido que deem ao país condições de estabilidade e de governabilidade. Não me eximo à principal responsabilidade, que será minha, mas é preciso também exigir aos outros que cumpram aquilo que foi a palavra do povo português”, rematou.
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