Despacho proferido pelo presidente da Câmara destaca “mérito indiscutível e a experiência autárquica” do nomeado. Cerimónias solenes vão decorrer na Casa da Criatividade.
O presidente da Câmara de S. João da Madeira nomeou Jorge Cortez para comissário das comemorações do Dia da Cidade, que se assinala a 16 de maio. No despacho que sustenta a decisão, Jorge Vultos Sequeira destaca “o mérito indiscutível e a experiência autárquica” do histórico militante do PCP do concelho, eleito, em diferentes ocasiões, para vários órgãos locais, nomeadamente a Assembleia de Freguesia, a Assembleia Municipal e a Câmara Municipal, na qual foi vereador.
O autarca sanjoanense acrescenta que se trata de uma “figura de destaque em S. João da Madeira, reconhecida pela sua Intervenção cívica ativa na comunidade, peio seu ativismo político desde muito jovem (é militante do PCP desde 1979) e pelo seu reconhecido envolvimento no tecido associativo da cidade e do país”.
Jorge Cortez, que assina artigos de opinião no jornal “O Regional”, foi presidente da direção da Cooperativa de Habitação Económica “11 de outubro”, associado de diversas coletividades sanjoanenses, membro da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) e do Movimento Erradicar a Pobreza (MEP).
No despacho datado de segunda-feira, 6 de maio, é lembrado o “papel cívico e político” de Jorge Cortez, “figura ativa e dedicada, com uma presença marcante na cidade de S. João da Madeira”, que, no âmbito da sua nomeação como comissário do Dia da Cidade, será um dos intervenientes na sessão solene comemorativa que decorrerá na noite de 16 de maio, na Casa da Criatividade.
Jorge Cortez sucede a outros nomes ilustres da comunidade sanjoanense que têm desempenhado as funções de comissário das comemorações do Dia da Cidade, desde que essa figura foi criada em 2018, nomeadamente Manuel Pereira da Costa, Flores Santos Leite, Carlos Ribas, José António Pais Vieira e Eva Cruz.
Medalha de Mérito para Magalhães dos Santos
Na cerimónia discursará também o presidente da Câmara, que fará ainda a entrega da Medalha de Mérito Municipal em Ouro a Magalhães dos Santos, outra marcante personalidade sanjoanense, que receberá essa distinção honorífica pelo seu “relevante contributo cívico, nos domínios da Cultura e da Arte”, nos termos da proposta aprovada por unanimidade pela Câmara e pela Assembleia Municipal.
Nascido em Vila Real em 1933, Joaquim José Magalhães dos Santos foi professor do ensino secundário – de Português e Francês – entre 1958 e 1964, ano em que passou a residir em S. João da Madeira, tendo trabalhado na metalúrgica Oliva até se aposentar, no início dos anos 90.
“De espírito irrequieto, curioso e permanentemente atento ao mundo que o rodeia”, como se lê na proposta de atribuição da Medalha de Mérito, “dedicou uma parte substantiva da sua vida à cultura e à língua portuguesa, distinguindo-se e desdobrando-se em múltiplas facetas, como a de ativista cultural, autor, ator, pensador e escritor”.
Prémio literário
Numa sessão comemorativa do 16 de maio com uma relevante componente cultural, o programa incluirá igualmente a entrega do Prémio João da Silva Correia. “Manuscritos do Mar Báltico” é a obra vencedora da edição de 2023 deste concurso literário promovido pela Câmara Municipal de S. João da Madeira e dedicado à poesia. O autor é Francisco Teixeira Lopes, pseudónimo de um poeta e tradutor português.
O júri decidiu distinguir essa obra, considerando que a mesma apresenta “um rigor de linguagem, uma cultura poética e uma ironia cruel”, que destacam “a qualidade da voz poética”, para além de ser portadora “de uma temática de grande atualidade: a imigração para o nosso país de refugiados do Leste da Europa e a situação naquela parte do mundo”.
A elevação a cidade nas páginas de “O Regional”
“O dia 16 de Maio de 1984 ficará assinalado a letras de ouro na história de S. João da Madeira”. Foi assim que, há 40 anos, o então presidente da Câmara, Manuel Almeida Cambra, se referiu à elevação a cidade, em nota publicada na primeira página de ‘O Regional’, na qual o antigo autarca sublinhava que “o esforço e as virtudes do nosso Povo laborioso e empreendedor concorreram enormemente para esta justa e há muito merecida consagração”.
Na tarde de 16 de maio de há quatro décadas, ainda segundo o mesmo relato, «uma multidão» juntou-se em frente aos Paços do Concelho – então instalados nos atuais Paços da Cultura –, incluindo representantes dos Bombeiros Voluntários acompanhados «de todos os elementos da sua Fanfarra», para «apresentar cumprimentos às autoridades autárquicas».
Ficou escrito em “O Regional” que se tratou de «um momento inesquecível» o dessa «simpática e comovente cerimónia». E, nessa mesma noite, «sem que houvesse qualquer convocação, muitos dos Sanjoanenses voltaram a encaminhar-se para os Paços do Concelho», onde foram recebidos pelo executivo, que recebeu também a visita e cumprimentos de diversas outras entidades, até de concelhos vizinhos.