Sociedade

Falta de higiene pública continua a marcar negativamente a cidade

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No início de abril, ´O Regional` alertava para o cheiro forte a urina e fezes a céu aberto – um cenário constante nas traseiras do Parque América, no interior de uma passagem de um prédio na Rua de Fundo de Vila, e nas escadas junto ao Centro de Saúde, que ligam a Rua Vale do Vouga à Rua dos Bombeiros Voluntários, próximo da ACAIS e da Santa Casa da Misericórdia.
No inicio de maio, o alerta chega, por parte de populares, que denunciam outra situação, desta vez, num espaço emblemático da cidade. “O intenso cheiro a urina, papéis, por todo o lado – este é o cenário das escadas que dão acesso ao exterior no Museu da Chapelaria há mais de dois anos”, refere Paulo Jorge, frequentador deste espaço cultural, principalmente nos dias em que se realizam atividades.
Este morador da freguesia de Arrifana, em Santa Maria da Feira, usa, sempre que pode, o estacionamento subterrâneo e lamenta “o desleixo”, considerando tratar-se de um cenário “vergonhoso para quem visita S. João da Madeira e encontra um cheiro nauseabundo, restos de comida, garrafas vazias e dejetos”.
Em declarações a ´O Regional´, Paulo Jorge acrescenta que a situação “não é nova” e lamenta a “demora” por parte de quem gere os espaços. Alerta ainda para outro problema que considera grave: o uso indevido do elevador exterior, que deveria servir pessoas com mobilidade condicionada, “mas que, na prática”, tem sido utilizado como casa de banho improvisada.
“É absolutamente inaceitável. Está desligado e com a porta meia aberta. Há um cheiro nauseabundo, nojento.”
Paulo apela a uma intervenção urgente, sublinhando que o estado atual do local não só “mancha” a imagem do espaço, que “é um símbolo de S. João da Madeira, como não podemos continuar a ignorar esta situação. É preciso agir, e depressa”, enfatiza.
Mas os alertas não ficaram por aqui. Também durante uma visita ao Museu da Chapelaria, uma sanjoanense – que pediu reserva de identidade – partilha da opinião de Paulo Jorge. “Este cenário é não só insólito como perigoso, representando um sério risco para a saúde pública de todos os que frequentam aquele espaço – incluindo turistas, famílias, crianças e trabalhadores”, relatou, acrescentando que este tipo de ocorrência “mancha a imagem do museu e da própria cidade, além de evidenciar uma falha grave na gestão e manutenção do espaço”.
Descreve ainda que “o odor é horrível, incomodativo, extremamente perigoso para quem tem de o respirar no local, e manchou claramente a visita incrível que tive ao novo Museu da Chapelaria”.

“Autarquia vedou o acesso ao elevador”

Na sequência de questões colocadas pela nossa reportagem à Câmara Municipal de S. João da Madeira sobre este assunto, cuja resposta só foi recebida esta semana, constatámos que, entretanto, a autarquia vedou o acesso ao elevador, como se pode verificar na imagem.
O vice-presidente do município aponta esta situação “à falta de civismo”, considerando-a “inaceitável e condenável, prejudicando a generalidade dos cidadãos que, naturalmente, fazem bom uso desse local”. José Nuno Vieira diz não encontrar “outra explicação”, uma vez que “existem, nessa zona, edifícios municipais — Museu da Chapelaria e Torre da Oliva — que disponibilizam sanitários públicos, realizando-se também intervenções de limpeza regular (duas vezes por semana), no quadro da planificação municipal dessas ações no espaço público”.
Relativamente ao elevador, diz que o mesmo foi desativado “já pelo anterior executivo camarário, tendo a Câmara atual mantido essa opção”

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