Sociedade

A perspetiva de quem nos lê

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O dia 5 de setembro assinala as quatro mil edições d‘O Regional’, um marco importante para a história do jornal. Quem melhor do que quem nos lê e comercializa para dar a sua opinião sobre a importância da comunicação social local?

À exceção do mês de agosto, o jornal ‘O Regional’ encontra-se nas bancas todas as quintas-feiras, com notícias atualizadas de S. João da Madeira e arredores. A Tabacaria Glória é das lojas mais antigas da cidade, com mais de 70 anos, e um dos estabelecimentos onde qualquer pessoa pode encontrar o nosso jornal, sendo que, apenas neste, a triagem é de cerca de 20 por semana.
Em entrevista a ‘O Regional’, António Sousa admitiu que gosta de ler jornais. “Tenho essa possibilidade devido ao meu trabalho e consulto-os todas as semanas. Também leio o jornal ‘O Regional’ e, durante o dia, enquanto estou a trabalhar, passo sempre os olhos; leio um pouco de tudo, mas inclino-me mais para a secção desportiva”, contou. “Comecei a ler desde que temos a tabacaria; é algo quase obrigatório”, acrescentou, entre risos.
Outro dos responsáveis do estabelecimento, Alfredo José, também declarou que costuma ler, mas “quando tem tempo”. À semelhança de António Sousa, também tem preferência por ler notícias relacionadas com desporto. “Quando o jornal ‘O Regional’ chega, a primeira coisa que vou ver são os obituários”, contextualizou. “Depois, vejo as restantes secções. Leio os títulos e, se me interessar, leio a notícia ou a reportagem na íntegra”, explicou, complementando: “Gosto de ler o jornal, principalmente se escreverem sobre assuntos que me interessam; gosto de me manter informado.”
Ao folhear as páginas do jornal, Alfredo José referiu que, apesar de ler notícias relacionadas com a política local, por exemplo, não as discute com os clientes. “Estando atrás de um balcão, à frente de um estabelecimento, há temas que é melhor abstermo-nos de comentar, como a política ou o desporto”, exemplificou, uma vez que são assuntos mais “sensíveis” para o público em geral. “Em todo o caso, o jornal, à semelhança de muitos outros, já se vendeu mais do que agora. No geral, tivemos uma queda acima de 60%”, lamentou, considerando que as “alterações” realizadas à praça acabaram por “afastar” os clientes que, outrora, iam à Tabacaria Glória comprar jornais, raspadinhas ou outros artigos próprios do estabelecimento. “Quem é que vem aqui [Praça] deixar o carro estacionado no parque, a chover, para comprar o jornal?”, afirmou, retoricamente. “É normal que isto desmotive as pessoas. Nós perdemos por isso, as pessoas que nos visitam e, claro, a comunicação social local também”, lamentou.

Um jornal com “continuidade de leitores”

Outro dos quiosques onde se pode encontrar o jornal ‘O Regional’ é a Agência de Jornais Ferreira, um estabelecimento com cerca de 36 anos de atividade. O negócio iniciou-se no antigo posto da PSP de S. João da Madeira, mas a atividade anterior foi iniciada pelo conhecido ‘Jaime dos Jornais’, estando ativa por mais de 50 anos. Por “motivos de saúde”, a continuidade do estabelecimento foi passada a Fernando Ferreira.
Semanalmente, a Agência de Jornais Ferreira tem à venda cerca de 120 exemplares do jornal ‘O Regional’. “É um jornal que tem continuidade de leitores, mas o que eu verifico [pela venda] é que estamos a falar de uma faixa etária mais velha”, afirmou Fernando Ferreira, em declarações ao nosso jornal. “O leitor do jornal espera sempre mais dos conteúdos”, considerou.
Na sua perspetiva, o comerciante realçou que a imprensa local tem sempre margem de melhorar. “Continuo a ser apologista de melhorias e que se deve dar sempre oportunidade ao cidadão para dialogar e expor a sua opinião”, comentou.

“Nunca falho uma edição”

“Há muito tempo; anos!”, foi assim que uma assinante d‘O Regional’, Aida Sousa, respondeu perante a questão do tempo em que acompanha o nosso jornal. “Se tivesse que precisar, diria que sou assinante há mais de 30 anos”, considerou, pensativa e entre risos. “O jornal é cinco estrelas”, foi o comentário do marido, João Correia, enquanto falávamos com Aida Sousa.
Apesar de não serem sanjoanenses de gema, vivem há 50 anos em S. João da Madeira e consideram que esta é a sua terra. “O meu filho nasceu aqui”, exemplificou Aida Sousa. “Acompanhamos a evolução da cidade e, por conseguinte, do jornal”, contextualizou. “Inicialmente, foi o meu marido que começou por querer receber o jornal todas as semanas; gostamos de estar a par das notícias e do que se passa na nossa terra”, explicou Aida Sousa.
Todas as semanas, Aida Sousa, assim como o marido, leem “sempre” o jornal. “Quando não tenho muito tempo, passo os olhos, mas nunca deixo de o ler. Nunca falho uma edição”, enfatizou, referindo também a importância que o jornal tem na comunidade. “Costuma dizer-se que quem lê jornais, sabe sempre mais”, citou, confiante.

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