Desporto

Vítor Barbosa: “Este último jogo foi uma espécie de grito de revolta de quem sabe que tem capacidade”

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No último jogo da 1.ª Fase – Zona Centro/Norte do CN1, a equipa sénior masculina de Basquetebol provou que para a AD Sanjoanense tudo é possível.

Vítor, não há outra forma de começar. Como recorda a vitória diante do Académico FC?
Devo dizer – e é justo dizê-lo – que foi uma vitória algo inesperada, embora não desistíssemos da ideia de que era possível ganhar, porque era algo que queríamos fazer e trabalhámos para isso. Preparámos o jogo com o objetivo de chegar a 50% de vitórias, que era também algo que nos valorizava. E essa hipótese muito remota de podermos ganhar por uma diferença superior a 33 pontos – que foi a margem pela qual tínhamos sido derrotados no jogo em casa, frente ao Académico FC – estava ali presente, mas era, como disse, uma possibilidade muito remota. No entanto, a evolução do jogo permitiu-nos aproveitar as oportunidades que o adversário nos foi dando. Penso que eles ficaram surpreendidos pela forma como nós entrámos no jogo e, a partir daí, de forma muito consistente, nós não estivemos em nenhum momento a perder. Isso deu-nos uma força extra e, a eles, uma postura algo facilitadora, tanto que quando quiseram recuperar a diferença já não o conseguiram fazer, porque nós estávamos muito por cima. Foi este jogo mental que nos favoreceu e a sensação é fantástica, claro.

Era, para muitos, uma missão impossível. Como se prepara um jogo em que se sabe, à partida, que tem de se vencer por 34 pontos ou mais para conseguir o Grupo de Subida?
Um jogo destes prepara-se, sobretudo, não desistindo daqueles que são os nossos processos. Tivemos, em vários jogos, momentos muito conseguidos com aquilo que fazemos e treinamos. A nossa luta com o grupo tem sido sempre, desde o início da época e da competição, tentar homogeneizar o jogo, dos pontos de vista defensivo e ofensivo. Nós tivemos sete vitórias e sete derrotas nos 14 jogos que fizemos, um coeficiente de vitórias de 50%, que é muito positivo. Mas os jogos que perdemos foram por diferenças significativas e isso não é muito normal. Esta falta de consistência era a principal preocupação, ao mesmo tempo que nos dava algumas garantias de que, estando os processos bem, a nossa missão era fazer com que acontecessem mais vezes. A preparação deste jogo passou por confiar nesses processos e retirar o máximo de pressão possível que pudesse existir à nossa volta. Não era expectável que fôssemos disputar o jogo desta forma e era assim que devíamos encará-lo: sem pressão, deixando que o adversário estivesse despreocupado e abrindo espaço para que pudéssemos fazer outras coisas. Propusemos, como meta primeira, não sofrer tantos pontos como vínhamos a sofrer. Contra o SC Beira-Mar foram mais de 90, contra o NCR Valongo mais de 80 e até aquele momento tínhamos uma média de 75 pontos sofridos por jogo. A ideia que se lançou, ali, era a de sofrer menos do que esse número de pontos e, se possível, menos de 70, que é uma máxima que temos. A preparação foi muito em torno disto e de explorar aquilo que o jogo nos desse, que é algo que também assumimos muito dentro do grupo e que desta vez não podia ser melhor. O Académico FC foi-nos permitindo ganhar essa consistência e confiança. Por outro lado, até por algumas limitações, não foi possível rodar tanto a equipa e quem estava dentro foi-se sentindo cada vez mais confiante. Depois, o facto de termos ido para o intervalo com uma vantagem confortável deu-nos um ânimo extra e, portanto, a preparação foi, sobretudo, essa: retirar pressão e fazer acreditar plenamente nos processos que temos e que, como se comprovou, funcionam.

Acreditava que era possível recuperar?
Nunca deixei de acreditar. Quando estamos nestas funções, com a responsabilidade de liderar um grupo, temos de acreditar nos nossos planos e na nossa estratégia. Mas, como disse, acreditámos sempre, fizemos tudo o que estivesse ao nosso alcance para o conseguir, mas só com uma grande dose de otimismo é que podíamos prever que seria possível chegar a este ponto. E a verdade é que, no final, a diferença não foi de 34 pontos, foi de 41. Nós cavalgámos e não parámos mais a partir do momento em que acreditámos que era possível. Não demos qualquer tipo de hipótese ao adversário, tanto que o último período ficou 8-30. Nós só permitimos que o Académico FC marcasse oito pontos nesse quarto e esse foi o momento de viragem para aquilo que pretendíamos. Foi nesse quarto período que todos acreditámos que era possível chegar ao objetivo e a equipa geriu tudo isso de uma forma exemplar, com uma maturidade que não tem sido habitual. Sem precipitações, com poucos erros cometidos e a jogar num ambiente hostil. A partir do momento em que o jogo nos deu aquilo que precisávamos, começámos a acreditar e o difícil foi gerir a ansiedade que se foi gerando nos últimos minutos e que, por vezes, pode precipitar algumas coisas. Mas, até nesse prisma, acho que estivemos todos muito bem, muito tranquilos, muito sóbrios. Isso é que nos permitiu chegar ao resultado que ambicionávamos.

Que mensagem passou aos seus jogadores?
No pré-jogo, a ideia era que chegássemos ao dia sem pressão. A própria equipa entendeu que o que podíamos ter feito em determinados momentos, e que não tínhamos conseguido, era o que nos estava a penalizar em relação à ambição de atingir essa meta. Seria quase injusto que o grupo entrasse para aquele momento final, para o jogo, com a pressão de ter de ganhar, porque isso geralmente não resulta. Tentámos logo retirar qualquer responsabilidade adicional à nossa equipa. Claro que tínhamos as coisas preparadas de acordo com aquelas que sabemos que são as características do Académico FC e tentámos gerir isso de uma forma muito racional. Temos alguma dificuldade no nosso jogo interior e quando rodamos a equipa sentimos algumas fragilidades, mas essa preocupação, a partir de determinada altura, fez com que tivéssemos de improvisar soluções alternativas. Por exemplo, o adversário começou a defender à zona a partir do momento em que começou a sentir dificuldades, algo que prevíamos que acontecesse desde que o SC Beira-Mar, dessa forma, aniquilou completamente o nosso jogo ofensivo no jogo em nossa casa. Isso ficou de tal forma presente e vincado que o NCR Valongo se apresentou aqui no jogo seguinte também com uma defesa à zona, aproveitando para nos criar muitas dificuldades. O Académico FC também estudou a nossa equipa, por isso era previsível que se apresentasse dessa forma e nós trabalhámos isso durante toda a semana. A partir de determinada altura, jogámos sem poste. Ficámos com o Ivandro e com o Abraham a fazer triângulos e com os nossos “atiradores” por fora, à espera. Nunca tinha resultado tão bem. Foi uma solução improvisada, mas à medida que íamos tentando estas soluções e elas iam resultando, o próprio grupo foi crescendo e ganhando confiança extra, com lançamentos de três pontos no último segundo que entravam, lançamentos de dois e três pontos com falta… fomos condicionando e castigando cada vez mais a reação do adversário. Foram esses momentos e as pausas que fizeram com que a autoconfiança de cada um fosse explorada. Repetimos processos que noutros momentos não tinham resultado, mas que a partir do momento em que estávamos mais autoconfiantes passaram a resultar. Foi este cuidado que nos conduziu para aquele último período, a meio do qual o adversário pediu dois descontos de tempo, porque o que eles estavam a tentar não estava a resultar e a pressão estava completamente do lado deles. Eles estavam a ter muita dificuldade ofensivamente, não estavam a marcar pontos e tudo o que eles lançavam nós contestávamos. Ganhámos mais de 50 ressaltos, nunca nos tinha acontecido, e isso significa que estivemos muito sólidos também nas tabelas. Agora pode parecer romântico dizer que tentámos apelar ao sentido de cada um, mas foi isso que aconteceu, de facto. Tivemos quatro jogadores com duplo-duplo e isso não é nada normal. Quer dizer que as pessoas se superaram e foi isso que tentámos explorar, mesmo com os jogadores que estavam no banco e que se mostravam muito empolgados. Criou-se uma atmosfera muito positiva, de superação, que ia crescendo quase até à euforia, ainda o jogo não tinha acabado. Tivemos só de seguir o que é nosso hábito fazer e que o jogo nos estava a permitir fazer com muita eficácia.

“O objetivo principal da época está cumprido e cumprimo-lo com muito mérito”

Sente o peso histórico de uma recuperação talvez nunca vista em basquetebol sénior?
Eu quero pensar – e quero que a equipa também pense – que isto não representa uma responsabilidade acrescida para nós, porque o objetivo principal da época está cumprido e cumprimo-lo com muito mérito, embora tenha sido um evento extraordinário e, se calhar, não previsto. Mas a verdade é que aconteceu porque nós estivemos muito bem. Agora, é preciso que todo o grupo de trabalho perceba que temos esta capacidade, que podemos disputar praticamente todos os jogos que tivermos de jogar. Isto vai permitir-nos, neste ambiente mais positivo, com boas sensações, melhorar o ambiente de aprendizagem, com um bocadinho mais de exigência que possa fazer com que haja um desenvolvimento individual mais efetivo. Porque, depois desse desenvolvimento individual, há de vir o desenvolvimento coletivo. No treino, é isso que pretendemos e este jogo pode ser uma bandeira para aquilo que nós venhamos a fazer nos próximos meses. Esta vai ser uma 2.ª fase relativamente rápida, que termina logo no início de abril, e nós não temos pressão rigorosamente nenhuma.
O segundo objetivo que temos – e que já tínhamos em épocas anteriores – é o de dar mais espaço aos jogadores mais jovens, para que possam passar por uma aprendizagem mais realista. Com isso, vamos fazer certamente com que ganhem mais capacidades. Nós temos quatro atletas sub-18, sendo que um deles já é sénior no próximo ano. Mas três são ainda Sub-18 na temporada que se segue e vamos tentar que eles – e outros que ainda possam integrar os nossos trabalhos – possam passar por outras experiências, beneficiando-os e aos grupos de trabalho, quer nos seniores, quer nos sub-18. Dessa forma, o clube também beneficia, porque estamos a dar corpo a um plano que está nas nossas cabeças: o futuro do basquetebol sénior da AD Sanjoanense passa por termos 80% de jogadores oriundos da formação. Podermos utilizar a bandeira do último jogo para nos mostrar que temos capacidade de fazer coisas extraordinárias é um tónico muito forte para que os mais novos, sobretudo, possam acreditar no processo de aprendizagem e no que estamos a tentar implementar. Isto é um cliché, mas trabalhar sobre vitórias é muito mais fácil do que trabalhar sobre derrotas e esta foi uma vitória com uma expressão tão grande que certamente vai facilitar o nosso trabalho daqui para a frente.

Alguma vez imaginou que a manutenção podia chegar por via do Grupo de Promoção?
Este é o terceiro ano em que estamos no CN1 e, historicamente, a nossa participação na 1.ª Fase não tem sido muito positiva, muito pelo facto de termos de reconstruir demasiado as equipas no início de cada época. Esta época, porém, aconteceu algo que não é tão comum, porque já tínhamos as coisas preparadas em maio e em junho tínhamos a base da equipa fechada, faltando apenas definir a situação dos jogadores estrangeiros. Isso dava-nos uma vantagem, porque podíamos começar a trabalhar mais cedo e com processos mais claros. Mas em setembro as coisas viraram completamente do avesso, o que fez desaparecer a perceção que tinha de que podíamos ter ali uma vantagem. Tivemos de reconstruir novamente, tentámos fechar outra vez alguns pontos e isso prejudicou-nos uma vez mais na preparação. A meio da primeira volta, a ideia que ficou foi de que não teríamos qualquer tipo de capacidade para conquistar uma posição no Grupo de Promoção. Tivemos derrotas muito pesadas, lembro-me que perdemos o primeiro jogo em casa com uma prestação que ficou muito aquém das nossas possibilidades e isso, de alguma forma, foi penalizando o grupo em termos anímicos. E mesmo eu, percebendo as nossas dificuldades e o que tínhamos de trabalhar para as superar, tinha a expectativa de que pudéssemos fazer, à imagem do que fizemos nos anos anteriores, uma boa 2.ª Fase e eventualmente ficar nos lugares cimeiros do Grupo de Manutenção, que foi o que aconteceu no passado, porque os processos começaram a dar resultado precisamente nesse momento da época. Este desfecho acaba por ser inesperado, mas vem dar um alento maior para que, por um lado, possamos trabalhar sem pressão e dar espaço aos mais novos e, por outro, consigamos encarar os jogos com alguma descontração que pode fazer com que surjam coisas interessantes. O grupo já percebeu isso e vamos ver como corre, sobretudo a pensar que o que estamos a fazer hoje é já a pensar em setembro, contrariamente ao que vinha acontecendo. O que estamos a fazer hoje é já preparar a próxima época e isso é uma vantagem muito especial quando se percebe o enquadramento do Clube, da equipa no Clube e aquilo que o Clube pretende para o futuro, num campeonato que é extremamente competitivo e que vai continuar a ser, especialmente porque o Basquetebol tem ganho dinâmica e as divisões mais baixas, como o CN1 e CN2, já podem contar com jogadores estrangeiros, que tornam o nível de exigência muito grande.

Falou do arranque menos positivo. Qual foi, na sua opinião, o clique para esta reta final tão bem conseguida?
Claramente a vitória em casa contra a Académica de Coimbra, que ainda não tinha perdido qualquer jogo e estava no primeiro lugar. Nós vínhamos de um conjunto de resultados extremamente penalizadores, tínhamos perdido por mais de 20 pontos em Valongo, por 30 em casa do SC Beira-Mar… vínhamos dessa sequência extremamente negativa, com derrotas pesadas, a equipa muito abaixo das capacidades e o grupo com muita dificuldade em gerir isso. E a gota de água no nosso equilíbrio emocional foi mesmo a derrota em casa contra o Académico FC, por 33 pontos. Tudo isso foi recuperado com a vitória contra a Académica de Coimbra, que acabou por ser tão inesperada quanto o desfecho deste jogo recente frente ao Académico FC, embora com um alcance totalmente diferente. A partir daí, o grupo transformou-se, e fizemos uma sequência de quatro vitória seguidas que nos colocou com a possibilidade de discutir o apuramento. Falhámos contra o SC Beira-Mar e contra o NCR Valongo, e este último jogo foi uma espécie de grito de revolta de quem sabe que tem capacidade, mas a quem as coisas nunca tinham corrido tão de feição, de forma a permitir-nos dar esse salto.

“Sou absolutamente fã deste Clube e gostava muito de poder contribuir para que ele tivesse cada vez mais projeção”

Quais são os objetivos para esta segunda fase? Encara o Top-4 como possibilidade real?
Quando pensamos no que temos pela frente, temos de ser conscientes, mas devemos ser ambiciosos também. Ao planearmos, criamos cenários com diferentes metas e a forma como podemos alcançar essas metas. Não é realista pensar que possamos ir ao Top-4, porque as equipas contra as quais vamos jogar são extremamente fortes. O Guifões anda há três anos a lutar para subir de divisão e reforça-se sempre com o objetivo de chegar à Proliga; o SC Beira-Mar tem uma equipa fortíssima, apesar de não saber se tem a ambição de subir; e o 5Basket tem uma equipa fortíssima e alimenta essa ideia de ser promovido. Normalmente, as equipas que se prepararam desta forma são muito fortes e a minha convicção é de que não nos devemos preocupar com isso, porque acho que trabalharemos melhor se nos focarmos nos objetivos imediatos. E o objetivo imediato é o desenvolvimento da equipa. O desenvolvimento individual para podermos melhorar a capacidade coletiva e, com isso, utilizar cada jogo como uma avaliação desse processo de evolução. Vamos ver o que isso nos dá. O cenário realista é este: vamos trabalhar, nada preocupados com o futuro nesta prova e a pensar num futuro mais distante, no desenvolvimento da secção de Basquetebol.
Aliado a isto, há um cenário B que passa por irmos ajustando tudo em função daquilo que conseguirmos. Se o trabalho for bem conseguido e os resultados forem animadores, provavelmente vamos conseguir fazer coisas que acrescentam valor ao nosso percurso, nomeadamente ganhar jogos.
Temos de perceber, também, qual é a ideia do clube para a equipa sénior masculina. E não está nas previsões a subida para um patamar superior. Aliás, o facto de termos conseguido já a manutenção foi uma “prenda” que demos ao clube, que agora pode gerir o futuro da equipa e a estrutura de custos de acordo com o necessário.
Vamos fazer o nosso melhor, cientes de que os jogos serão sempre o reflexo do nosso trabalho e da forma como evoluímos enquanto grupo. Mas não estamos preocupados com o Top-4. Poder chegar lá seria “a cereja no topo do bolo”, mas, mesmo que não cheguemos, nada vai desvalorizar o que já fizemos. O grupo, esta equipa, já ganhou, já teve o seu momento de glória que fica gravado na memória das pessoas e do clube. Tudo o que vier a seguir acrescenta valor. Logo que veremos o que se consegue fazer.

Que mensagem deixa aos adeptos?
Quando estamos bem e as coisas nos correm pelo melhor, ficamos mais motivados ainda. Eu sou absolutamente fã deste Clube e gostava muito de poder contribuir para que ele tivesse cada vez mais projeção, no caso particular do Basquetebol, porque não sei fazer mais nada. Gostava muito de poder contribuir para esse engrandecimento do Basket, porque tenho, muitas vezes, a noção de que há muita gente que gosta da AD Sanjoanense e do nosso basquetebol. Gostava mesmo muito que as pessoas se unissem em torno do nosso basquetebol, porque quanto mais isso acontecer mais força teremos. E nós temos um histórico que não é de desprezar… temos quatro títulos nacionais de seniores e, salvo erro, outros tantos de formação, para além das dezenas de títulos distritais que temos também. Somos um clube com algum crédito e com uma atratividade que não se perde mesmo quando as coisas não correm tão bem. Isto é algo que devemos saber capitalizar, mas que só o conseguiremos fazer com as pessoas unidas. Estejam ao nosso redor, venham apoiar-nos, porque nós gostamos também de sentir esse apoio, é bom ter alguém em quem projetar estas sensações boas. Este é o momento em que nos estamos a sentir bem, em que o nosso Basket está robusto. Poder contar aqui com o carinho das pessoas que gostam da modalidade e do clube seria muito bom! É esse o meu maior apelo. Num momento tão importante, em que nos sentimos tão bem por termos conseguido o que conseguimos, seria importante ver que as pessoas entendem também o esforço que nós fazemos para respeitar o clube e representar a tal identidade de que tanto falo e que sempre nos marcou enquanto sanjoanenses. Temos de ter isso presente e gostava muito de poder partilhar isto com toda a gente. É isso que nos move!

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