António Moura chegou ao clube sanjoanense aconselhado pelo seu treinador, depois de deixar o Sporting CP, que vive dias financeiramente difíceis na modalidade. O jovem lisboeta, de 21 anos, pretende, agora, chegar a outros patamares.
Como é que iniciaste o teu percurso no atletismo e o que significa para ti este desporto?
Comecei a praticar atletismo aos 8 anos, depois de uma fratura que fiz no fêmur. O atletismo ajudou-me bastante na recuperação, contudo já corria aqui no bairro e um dos meus primos, que já praticava atletismo, viu que eu tinha algum talento para correr e recrutou-me.
Entrei no atletismo também pela amizade. Lá íamos correr, mas mais que isso, acabávamos por ficar a brincar, só estávamos interessados em fazer ‘macaquices’.
Apenas comecei a levar o atletismo mais a sério e a treinar, quando bati o recorde nacional dos 600 metros. Nesse momento, percebi que talvez tivesse em mim algo de especial. Desde aí, comecei a entrar cada vez em mais competições. Com isto, quero dizer que o atletismo é uma mistura de emoções para mim, são as amizades, as viagens, o nervosismo que sinto antes de cada prova, tudo isto me faz adorar o desporto que pratico.
Agora és atleta do Clube de Campismo de S. João da Madeira, mas antes fazias parte do Sporting, como surgiu esta oportunidade e porque mudaste de clube?
O Sporting sempre foi super atencioso comigo. No clube, sempre se preocuparam comigo, ajudavam-me e acompanhavam-me nas minhas lesões…tudo! Mas, agora, com a situação da pandemia, o clube teve alguns problemas financeiros e não conseguiam pagar a todos os atletas. Tiveram que fazer as suas escolhas e foi algo que tive que compreender. Sendo assim, foi por isso que mudei de clube com ajuda do meu treinador, que me disse que o Clube de Campismo de S. João da Madeira] era excecional, ‘top’. E sinto-me muito bem, bastante acolhido desde agosto no Clube de Campismo.
Como te preparas para as competições?
A preparação psicológica é tão ou mais importante do que a preparação física, algo que é preciso ter em mente. E já vi muitas pessoas a terem um grande talento, mas sem capacidade psicológica e a ficarem pelo caminho. A conjugação das duas coisas é importante.
Mas… beber água é muito importante e é isso que tenho implementado mais na minha rotina, visto que ajuda a prevenir futuras lesões. É uma mudança pequena, mas que faz toda a diferença!
Contudo, este ano não tenho sentido lesões, por isso vou ver se consigo puxar mais pelo ‘cabedal’ e tentar chegar a algum campeonato internacional.
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3834 de O Regional, publicada em 11 de março de 2021.