Duas atletas, duas modalidades diferentes, mas há algo que as une. O desporto feminino. Para ambas já não é tanto o preconceito a fazer parte do dia a dia destes desportos, mas antes a “falta de conhecimento” e a forma como é jogado
“Também posso dizer que sinto que estou num clube que prima pela igualdade de género, e que luta pelo feminino. É um orgulho representar um clube assim!”
Porque escolher o hóquei em detrimento de outro desporto qualquer? O que te fascina neste desporto?
Eu sempre gostei de fazer deporto, na altura escolhi o hóquei porque um primo meu que estudava comigo também praticava e decidi experimentar com ele para ter companhia. Com o passar do tempo fui-me apaixonando pela velocidade, coordenação e intensidade intrínsecas a este desporto!
Achas que ainda existe muito preconceito relativamente ao género no desporto nacional, mais concretamente no hóquei em patins?
O hóquei ainda não é um desporto muito mediático, mesmo no masculino vemos poucos jogos a dar na televisão. Agora com as televisões dos chamados “Grandes” começaram a dar mais jogos na TV e os próprios clubes começaram a transmitir os jogos em direto no Youtube. Mas ainda há muito caminho a percorrer.
Acho que no feminino, não é tanto “preconceito”, acho que é mais falta de conhecimento. Há muita gente que desconhece a existência de hóquei em patins feminino.
O que é necessário fazer para que ele desapareça?
No fundo é dar a conhecer e mostrar que este desporto existe e que é um bom espetáculo de se ver! Acho que com as transmissões online em direto, transmissões televisivas, e tudo o que dê visibilidade ao desporto aumenta o conhecimento das pessoas e diminui o tal “preconceito”. Tudo o que gerar mediatismo é bom para aumentar a visibilidade do hóquei em patins feminino. Temos exemplo do futebol e do futsal feminino que nos últimos anos tiveram um crescimento enorme, já não falamos de um ou dois jogos por ano a passar na TV, são desportos onde o campeonato é acompanhado e transmitido o ano inteiro, e isso faz com que as pessoas deem mais atenção aquilo que passa na TV e aquilo que “consomem” diariamente do que aquilo que às vezes nem sabem que existe.
“S. João da Madeira é uma cidade com grande potencial no desporto feminino, basta acreditarem”
Porque escolher o andebol em detrimento de outro desporto qualquer? O que te fascina neste desporto?
O andebol é muito exigente a todos os níveis. Fascina-me o facto de ser um desporto coletivo, com contacto físico, muitas regras e disciplina e que requer muita concentração.
Achas que ainda existe muito preconceito relativamente ao género no desporto nacional, mais concretamente no andebol?
Sinceramente acho que já não há muito. No caso do andebol, o pouco preconceito que ainda existe é por ser um desporto com muito contacto físico, por vezes agressivo, que deixa muitas nódoas negras mas é um desporto bonito com muitas mulheres que são excelentes atletas e ao longo dos anos acho que nos conseguimos afirmar no mundo do desporto. Cada vez mais temos atletas portuguesas a jogar em grandes clubes europeus.
O que é necessário fazer para que ele desapareça?
O pouco que ainda existe, está a ser combatido. Por exemplo, até aos sub 12 as equipas podem ser mistas. Outro grande passo contra o preconceito aconteceu na época passada no campeonato europeu de andebol de praia, a seleção norueguesa recusou-se a cumprir o código de vestimenta (biquíni). Estou certa de que este passo levará mais mulheres ao andebol de praia que não o praticavam por insegurança em relação ao seu corpo. Assim sendo, os equipamentos são semelhantes aos do masculino.
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