O futebol de sub-17 em Portugal é um terreno fértil para os jovens craques, que demonstram técnica e paixão nas competições.
O futebol português é internacionalmente reconhecido por todos os especialistas e agentes desportivos por ter um dos melhores sistemas de formação do mundo. Desde há anos perfeitamente estabelecido e padronizado por todos os clubes nacionais, contempla um processo formativo composto por pelo menos 7 escalões etários.
Os campeonatos nacionais de formação têm já uma tal qualidade e são alvo de tanta atenção que até já as casas de apostas oferecem apostas nestes jogos. Muitos dos sites de apostas desportivas oferecem até bónus sem depósito para que os apostadores possam apostar nas próximas estrelas nacionais e internacionais.
O processo formativo começa nos petizes (sub-7), traquinas (sub-9) e benjamins (sub-11), os escalões mais jovens, e avançam para uma maior estruturação e progressiva profissionalização de metodologias de treino e abordagem competitiva no decorrer dos escalões infantis (sub-13), iniciados (sub-15), juvenis (sub-17) e juniores (sub-19).
Neste percurso, é notória a importância dos sub-17, vulgarmente conhecidos por juvenis. É nesta fase que os jogadores deixam de jogar apenas por recreação lúdica ou por mera prática desportiva saudável. É aqui que se faz a transição física e mental entre os jogadores por diversão e os jogadores que querem seguir a carreira e tornar-se jogadores profissionais.
Um dos segredos do sucesso recente do futebol português foi o facto de se ter apercebido da importância deste patamar competitivo e ter apostado na subida do respetivo nível competitivo através de mais competições, mais bem organizadas e com maior rigor organizativo. É esse trabalho da Federação Portuguesa de Futebol que vamos aqui conhecer.
Desenvolvimento e Estrutura
A FPF tem feito, reconhecidamente, um esforço material, financeiro, humano e tecnológico na criação de todo o tipo de condições necessárias ao crescimento do futebol sub-17 em Portugal. Os jovens futebolistas de 16 e 17 de hoje em dia têm acesso a um conjunto de infraestruturas, como campos relvados, ginásios e estruturas de apoio que, há pouco mais de uma década, simplesmente não existiam no país.
Além deste desenvolvimento das condições materiais, foi também trabalhada a vertente técnica do jogo, com treinadores mais bem preparados através de diversos cursos federativos multidisciplinares. Além disso, melhorou-se a capacidade das equipas técnicas, que cresceram em número de elementos e em nível de especialização.
Não é incomum equipas de juvenis terem à sua disposição, de forma exclusiva ou através de elementos dos clubes que trabalham com todas as equipas de formação, médicos, massagistas, treinadores de guarda-redes, nutricionistas e até, em alguns casos, psicólogos.
Foi esta aposta na subida do nível qualitativo que trouxe ao país cada vez mais e melhores talentos nacionais.
Crescimento das Competições Sub-17
Naturalmente, uma parte fundamental do crescimento do futebol de formação e do de sub-17 em particular foi o aumento da quantidade e da qualidade das competições futebolísticas. O calendário dos juvenis portugueses está cada vez mais preenchido e a sua época de futebol assemelha-se cada vez ao de uma equipa sénior.
Num esforço concertado entre associações de futebol distritais e Federação Portuguesa de Futebol, foram criados diversos patamares competitivos, de forma a aumentar a diferenciação entre clubes, estimulando a competição e aumentando globalmente o nível do futebol português.
Mas a diferença faz-se também ao nível europeu e internacional. A FPF, naturalmente, através das suas sinergias com as suas congéneres europeias, criou um conjunto alargado de competições sub-17, sobretudo de seleções nacionais. O nível cada vez mais exigente dos embates internacionais foram outro dos segredos do sucesso da formação portuguesa e este escalão foi essencial nesse processo.
Estrutura de Ligas Sub-17
Em Portugal, existem três escalões competitivos de sub-17: o Campeonato Nacional, a 2ª Divisão e 18 Campeonatos Distritais. Desta forma, estimula-se o crescimento desportivo através da compartimentação competitiva.
O Campeonato Nacional tem duas séries, uma norte e uma sul, divisão justificada com o controlo dos inevitáveis custos financeiro. Com 12 equipas cada, proporciona uma fase regular com 22 jogos. As primeiras quatro classificadas apuram-se para a fase de apuramento do campeão nacional e as restantes oito para a fase de manutenção.
Este formato competitivo proporciona aos jogadores mais de trinta jogos por ano, numa época em muito semelhante, em termos de calendário e carga física, aos de uma equipa profissional sénior. Esta equiparação tem ajudado os jogadores a ultrapassar as diferenças competitivas entre os escalões e a chegar à idade sénior muito mais preparados.
Competições Internacionais
Este progresso, apesar de particularmente bem executado e conseguido em Portugal, tem origem internacional, sendo estimulado pela UEFA e pela FIFA. Os organismos de regulação do futebol europeu e mundial, respetivamente, têm feito o mesmo esforço no sentido de aumentar o nível futebolístico das seleções nacionais deste escalão crítico para o desenvolvimento dos atletas.
Nesse sentido, existe também uma panóplia de competições internacionais, cada vez mais profissionais e rigorosas na organização e na preparação. O Mundial e o Europeu de Sub-17 são, naturalmente, os grandes certames internacionais de juvenis e a expressão máxima e mais visível da qualidade que este futebol já ostenta. Portugal já venceu, inclusivamente, o Campeonato da Europa por duas vezes.
No entanto, existe ainda uma série de pequenas competições e torneios internacionais de preparação, como o Torneio Internacional do Algarve, que ajudam a criar mais momentos de competição no calendário destes jovens e a tornar ainda mais exigente o nível futebolístico dos participantes.
Campeonatos Mundiais
A grande competição global de futebol sub-17 é, no entanto, o Campeonato do Mundo. Disputado por 24 equipas de cinco continentes, é o grande certame do escalão e durante cerca de três semanas fixa todos os olhares e de toda a atenção por parte de adeptos, olheiros, clubes e fãs do jogo, todos à procura das próximas estrelas mundiais.
A competição tem um formato bienal, de modo a que todas as gerações de sub-17 tenham a oportunidade de disputar a prova. Com quase 40 anos de história, é a prova mais icónica do escalão que todos os jogadores querem jogar e onde se destacaram inúmeros craques do futebol mundial, como Neymar, Osimhen, Toni Kroos, Eden Hazard ou Cesc Fàbregas.
Conclusão
O futebol de formação goza hoje de um prestígio e de uma atenção nunca antes vistos no universo do futebol. As condições de trabalho dos jovens melhoraram de uma forma nunca antes vista em Portugal, na Europa e em todo o mundo e os resultados estão à vista, com a qualidade futebolística a ter espaço e condições para se destacar cada vez mais cedo.
O progresso é contínuo e não para neste escalão de sub-17. Os jogadores jovens estão cada vez mais munidos de condições de trabalho, equipas de trabalho e infraestruturas especializadas para que possam fazer aquilo que sabem fazer melhor: ser craques dentro do campo.