Desporto

Andebolmania 2025 supera mau tempo e reforça identidade como marca da cidade

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A edição de 2025, embora marcada por alertas vermelhos e condições meteorológicas adversas, revelou-se mais uma demonstração da capacidade de organização de um evento que, ano após ano, se afirma como uma das principais marcas desportivas da cidade

Para Pedro Coelho, presidente da Associação Andebolmania, esta foi “uma edição bastante trabalhosa”, principalmente devido ao impacto da chuva contínua, que obrigou à reformulação de espaços e horários. “Tinha tudo para descambar… mas conseguimos encontrar soluções”, afirmou, salientando o esforço de toda a equipa organizadora, dos parceiros institucionais e da comunidade envolvida. A tenda exterior, habitualmente dedicada ao convívio e animação noturna, teve de ser desmontada no segundo dia, face à força do vento e à instabilidade dos terrenos, o que obrigou a alterar várias atividades previstas.
A organização respondeu com uma operação logística de grande escala, alocando novas linhas de transporte para garantir a mobilidade das equipas e redirecionando atividades exteriores para espaços interiores. “Com 13 pisos desportivos a funcionar em simultâneo, o torneio recebeu quase 170 equipas e acolheu cerca de 2.300 pessoas em alojamentos distribuídos por escolas e unidades hoteleiras dos concelhos de S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Sta. Maria da Feira”. A mobilidade entre estas localidades foi assegurada por dez autocarros em rotação constante, permitindo um fluxo eficiente entre jogos, refeições e eventos paralelos.

Ao todo, foram servidas “cerca de cinco mil refeições por dia, com momentos em que mais de 600 pessoas estavam a almoçar em simultâneo”. Para tal, foi montada uma estrutura temporária na zona envolvente do Pavilhão das Travessas. “O número de refeições que servimos diariamente mostra bem a dimensão que este evento já tem”, destacou Pedro Coelho, que elogiou o empenho dos voluntários e parceiros logísticos.
A dimensão solidária do torneio também voltou a ser uma prioridade. “Cumprimos aquilo com o que nos tínhamos comprometido. Os excedentes alimentares foram distribuídos por várias instituições de solidariedade social da cidade”, contou o presidente, referindo que este ano o número de bens doados superou largamente o de edições anteriores. Além disso, a colaboração com a Friparque permitiu angariar uma quantia significativa para a CERCI de S. João da Madeira, “um valor muito interessante que nos deixa muito orgulhosos”.
Este ano, o Andebolmania conseguiu ainda o reconhecimento como eco-evento, com a colaboração da Câmara Municipal. “Foi quase em cima do joelho, mas conseguimos implementar práticas de separação e reciclagem de resíduos, e os valores obtidos com essa reciclagem reverteram também para a solidariedade local”, explicou Pedro Coelho, sublinhando o orgulho em ver o torneio crescer em múltiplas dimensões. “Queremos que o torneio beneficie toda a cidade, que não se limite ao andebol. Este ano apoiamos algumas instituições, para o ano serão outras”.
Uma das grandes inovações desta edição foi o lançamento da aplicação móvel Andebolmania, que permitiu um acompanhamento em tempo real de jogos, horários, locais e transportes, facilitando a comunicação entre os atletas, treinadores e familiares. “A app veio ajudar bastante a nível de informação… e queremos, no futuro, integrá-la com o comércio local e o turismo”, sublinhou, indicando que esta ferramenta poderá vir a ser um elo de ligação entre o desporto, a cultura e a economia local.
Além do desporto, o torneio mantém uma componente cultural e social, com a cidade a acolher centenas de jovens num ambiente de partilha e intercâmbio. A festa no centro da cidade acabou por ser cancelada pelo segundo ano consecutivo devido ao mau tempo, mas a criatividade falou mais alto e o espetáculo “Best Trick Show”, que reuniu associações como o CCD, o Turning Point e o Clube A4, bem como artistas, como o bailarino Edgar Silva e o La Mouche, acabou por encher as bancadas do pavilhão. “Foi muito gratificante ver as bancadas cheias e a cidade envolvida”, comentou Pedro Coelho.

O voluntariado voltou a ter um papel central no sucesso da organização. Com cerca de 80 jovens em lista de espera, foi possível criar uma estrutura sólida, que incluiu não apenas voluntários locais, mas também estudantes da Branca. “Os miúdos estiveram sempre 100% disponíveis… e os professores deram um acompanhamento didático excelente”, salientou Pedro Coelho, considerando que o envolvimento educativo trouxe ainda mais profissionalismo à iniciativa.
No final, apesar do cansaço, prevaleceu o orgulho coletivo. “Temos atletas que dizem: ‘Quero voltar, por causa do torneio, do convívio… e da festa!’”, partilhou o presidente. Para Pedro Coelho, o Andebolmania vai muito além da competição. “Abdicamos de férias, de tempo pessoal… mas somos uma família. Sem eles, isto seria impossível”, concluiu, visivelmente grato com o empenho da sua direção e dos muitos voluntários que fazem do Andebolmania, um caso de sucesso nacional e internacional.

Fotos:Andebolmania
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