Uma programação diversificada, durante a 22ª edição do festival Poesia à Mesa, num evento batizado de Peregrinação Poética. Sob a curadoria e apresentação de Paulo Condessa, juntou-se André Gago, ator e encenador português.
No 22º Festival Poesia à Mesa, sob a curadoria de Paulo Condessa, destacou-se a homenagem ao renomado poeta Manuel Alegre. Um evento conhecido pela sua longa trajetória e que todos os anos procura elevar a qualidade e o respeito artístico, Paulo Condessa na tentativa de adotar “um protocolo sem aplausos entre poemas, semelhante à tradição da música clássica”, não obteve o sucesso desejado e rápido, o público não conteve a sua demonstração de apreço ao grupo da CERCI.
Entre homenagens ao poeta Manuel Alegre, o aclamado português, André Gago, expressou inspiração diante “desta ambivalência de recusa da guerra, uma guerra anacrónica e fora de tempo” presente na poesia declamada. “Num contrassenso, os poetas dizem que os poemas são uma arma mas são armas que não matam, que trazem vida e inspiração a quem os ouve”, acrescentou André Gago.
O grupo Lugares de Encontro dos Ecos Urbanos, através do tributo a Maria Teresa Horta, destacada feminista portuguesa e membro do Movimento Feminista de Portugal, apresentou aos espectadores uma performance teatral e musical na conclusão do primeiro painel da arte de declamar na Sala dos Fornos.
A jornada poética continuou no Centro de Arte da Oliva, com uma dramatização musical do grupo APROJ, seguido por André Gago e a participação da Universidade Sénior.
O retorno à Sala dos Fornos foi marcado por atuações dos grupos TOJ e A Bem Dizer, numa performance sincronizada, seguidos por André Gago e Fugas Poéticas e ACCL. Num final que louvou o autor Ary Dos Santos, culminando na emocionante conclusão da peregrinação poética.
Durante o remate do evento e dentro do cenário cultural, o ator português André Gago disponibilizou uma visão íntima sobre a sua imersão no universo da poesia. Em declarações, André Gago descreveu a experiência da Peregrinação Poética como “extraordinária e comovente” aliada à sua “paixão por viver a poesia diariamente”, destacando-a como “um caminho que escolhi trilhar”.