Obras agora identificadas vão enriquecer exposição patente no Centro de Arte Oliva, a partir de sábado, 5 de fevereiro. No mesmo dia, abre ao público “Ninguém. Só eu”, com curadoria de Antonia Gaeta.
Diagnosticado com esquizofrenia, Jaime Fernandes (1899-1969) foi internado no Hospital Miguel Bombarda no final da década de 30 do século passado. Aos 60 anos, quando estava já há mais de 30 na instituição, começou surpreendentemente a desenhar. Hoje é um dos nomes mais reconhecidos na Europa no campo da arte bruta, designação que abarca criações artísticas livres de pessoas institucionalizadas em hospícios ou presas.
Mais de 40 desses desenhos estão patentes no Centro de Arte Oliva (CAO), em S. João da04 Madeira, na exposição “Jaime: ‘vi uma cadela minha com lobos’”, com curadoria de Andreia Magalhães, diretora do CAO, a parceria do Centro de Arte de S. João da Madeira/Associação Cultural Alão de Morais e o apoio da Direção-Geral das Artes/República Portuguesa.
O trabalho de preparação desta exposição prosseguiu depois da inauguração da exposição, havendo a expectativa deque pudessem surgir novas criações de Jaime Fernandes para somar às quatro dezenas iniciais, provenientes de diversas coleções particulares de Portugal, França, Suíça e Áustria e de instituições nacionais e internacionais, como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Collection de l’Art Brut, de Lausanne.
“Acreditamos que com a reunião dos desenhos oriundos das diversas coleções nacionais e internacionais e a sua apresentação pública, a obra de Jaime alcançasse um maior eco. Assim aconteceu. No entanto, as nossas expectativas foram amplamente ultrapassadas e foram identificados mais de vinte desenhos de coleções particulares”, revela a curadora, Andreia Magalhães.
“Muitas destas recentes descobertas tinham sido identificadas durante a preparação da exposição”, pois “figuravam não só no filme ‘Jaime’ (1974), de António Reis, como em documentação fotográfica”, adianta a diretora do CAO, acrescentando, porém, que outras “serão completamente desconhecidas do público”.
Inauguração da exposição “Ninguém. Só eu”
Esses desenhos agora identificados serão somados à exposição “Jaime: ‘vi uma cadela minha com lobos’” a partir do próximo sábado, 5 de fevereiro, conjuntamente com a inauguração, às 17h00, da exposição “Ninguém. Só eu”. Com curadoria de Antonia Gaeta, abre o novo ciclo de exposições de 2022 no CAO, contando, igualmente, com a parceria do Centro de Arte de S. João da Madeira/Associação Cultural Alão de Morais e o apoio da Direção-Geral das Artes/República Portuguesa.
Reúne trabalhos de nove artistas que produziram novas obras e selecionaram outras, no âmbito de uma residência e programa de apoio à criação artística que decorreu em 2021 no CAO, a partir, precisamente, da exposição “Jaime: ‘vi uma cadela minha com lobos’. São eles Ana Manso, Ana Santos, Belén Uriel, Francisca Carvalho, Jorge Queiroz, Mattia Denisse, Sérgio Carronha, Susanne Themlitz e Tropa Macaca.