Iniciativa culminou o programa de mais uma edição da Poesia à Mesa. A intervenção é assinada pelo projeto Ruído. Além da imagem do autor de “Os Lusíadas”, a obra inclui os versos do soneto “Naquela triste e Leda madrugada”.
O busto de Luís de Camões e um dos seus sonetos mais famosos (“Naquela triste e Leda madrugada”) foram pintados em grandes dimensões na empena de um prédio localizado na Praça da República, em frente à Escola de Fundo de Vila. A execução desse mural de arte urbana foi promovida pela Câmara Municipal de S. João da Madeira, no âmbito da edição deste ano do Festival Literário Poesia à Mesa, numa homenagem ao autor de “Os Lusíadas”.
A intervenção foi realizada, entre o final da última semana e o início desta, pelos artistas portugueses Draw (Frederico Campos) e Contra (Rodrigo Gonçalves), que compõem o projeto criativo Ruído, apresentando ambos percursos importantes na área do graffiti e arte urbana.
Em declarações a “O Regional”, o presidente da Câmara Municipal afirmou que este mural está integrado nas comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. Nesse sentido, o município decidiu “juntar o encerramento do Festival de Poesia à Mesa a essa celebração nacional” e, assim, “perpetuar a imagem e a obra” de uma das “maiores figuras da literatura lusófona, autor de Os Lusíadas”, em S. João da Madeira.
Jorge Vultos Sequeira sublinhou ainda a importância de o mural estar localizado junto de uma escola do ensino básico, constituindo, assim, uma forma de “fomentar a literatura junto das crianças”. Acrescentou que se trata da “segunda intervenção física” na cidade para assinalar o Festival de Poesia, recordando que a primeira foi com as “caixas da EDP que estão na Avenida Oliveira Júnior”.

Quarto mural do projeto Ruído em S. João da Madeira
A dupla de artistas reunida no projeto Ruído concretizou já outros murais em S. João da Madeira, um dos quais dedicado ao 25 de Abril, na Rua do Poder Local, no qual se destaca a figura do capitão Salgueiro Maia, pintada a partir de uma icónica imagem captada pelo fotógrafo Alfredo Cunha.
São também autores do Mural da Liberdade, no Parrinho, inaugurado em 2024, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Outro trabalho que assinam na cidade localiza-se no Parque Ferreira de Castro, onde pintaram uma imagem alusiva à indústria da chapelaria no piso do campo de basquetebol situado nesse espaço verde.