Festival Poesia à Mesa homenageia autores da resistência ao Estado Novo

Os 50 anos do 25 de Abril dão o mote para uma edição centrada em Ary dos Santos, Fernando Assis Pacheco, Manuel Alegre, José Fanha, José Jorge Letria e Maria Teresa Horta. Destaque para as presenças de André Gago, Fernando Tordo e Paulo de Carvalho

Este ano, durante o qual se assinala o 50º aniversário do 25 de Abril, o Festival Poesia à Mesa é dedicado, precisamente, a esse que é “um dos momentos mais importantes da história de Portugal”, tal como irá acontecer em “múltiplas iniciativas do Município” ao longo de 2024, como revelou o presidente da Câmara.
Jorge Vultos Sequeira falava na Biblioteca Municipal de S. João da Madeira, na última segunda-feira, durante a apresentação à imprensa da 22ª edição do Festival Poesia à Mesa, cujo programa vai ter início a um de março, prolongando-se até 21 do mesmo mês, Dia Mundial da Poesia.
O autarca salientou a importância de celebrar os 50 anos do 25 de Abril e de homenagear poetas cujas palavras foram uma forma de resistência contra o Estado Novo, em particular numa altura em que se assiste à “proliferação de movimentos radicais”.
O Festival Poesia à Mesa dará, então, destaque a Ary dos Santos, Fernando Assis Pacheco, Manuel Alegre, José Fanha, José Jorge Letria e Maria Teresa Horta, numa edição dedicada à poesia de Abril, que levará as palavras desses autores ao encontro do público “em locais e contextos inusitados”, como informa a Câmara Municipal.

17 restaurantes aderentes 

Tendo divulgado desde a sua criação, em 2003, mais de 120 poetas, o evento vai voltar a percorrer restaurantes - com 17 estabelecimentos aderentes nesta edição -, mas também fábricas, autocarros, mercado municipal e escolas, para além de ruas e praças, assim como dos equipamentos culturais da cidade.
Conjugando a “Poesia dita, cantada, exposta, trabalhada, conversada e até pendurada na corda”, o festival leva as palavras dos autores homenageados ao encontro do público, designadamente impressas em diversos materiais, desde aventais a toalhetes, passando por receituários e lápis.

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