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Exposição na Torre da Oliva assinala centenário de Victor Palla, “figura ímpar”

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Está patente na Torre da Oliva, até ao final do ano, a exposição do Centro de Arte, que assinala o centenário de Victor Palla, cruzando os trabalhos do arquiteto, “figura ímpar” em várias áreas, com obras da sua filha, Maria José Palla.

Victor Palla faria 100 anos a 13 de março deste ano, tendo falecido em 2006, conforme começa por lembrar o diretor do Centro de Arte de S. João da Madeira, Aníbal Lemos.
É uma figura impar na cultura portuguesa, na arquitetura, nas artes plásticas... ele, que se dizia que não se queria especializar em nenhuma das áreas, no fundo, era especialista em tudo”, refere Aníbal Lemos, sobre Victor Palla, a ‘O Regional’, remetendo para vários prémios do arquiteto, incluindo a título póstumo a distinção de membro honorário da Ordem dos Arquitetos.
Conforme explica o diretor do Centro de Arte da Associação Cultural Alão de Morais, Victor Palla começou a estudar arquitetura em Lisboa, mas acabou no Porto.
Foi nessa cidade que teve “uma grande atividade”, nos anos 40 e 50, em que fez parte do grupo que ficou conhecido como “Os Independentes”, integrando exposições promovidas por estudantes das belas artes, que foram “os percursos da arte abstrata realizada em Portugal”.
Em todo o caso, sendo arquiteto e com obra “ímpar na arquitetura, acabou por se tornar conhecido através das fotografias”, na sequência de um projeto fotográfico sobre Lisboa, feito com o arquiteto Costa Martins, que resultou num livro (“Lisboa, Cidade Triste e Alegre”) e numa exposição.
Esses primeiros trabalhos e a exposição não tiveram grande impacto logo, até porque Victor Palla “era perseguido pela PIDE e boicotaram-lhe o trabalho”. Mas, posteriormente, a obra viria a ser considerada o “melhor livro de antropologia social das cidades do mundo no pós-guerra” e os exemplares que ainda existem “são raros” e, por isso, valiosos. “O último a leilão foi em Londres por 15 mil libras”, conta Aníbal Lemos, completando que o arquiteto, que se tornou “altamente conhecido e uma figura importante na área”, também fez cerâmica e design gráfico.
Quando combinou a exposição com Maria José Palla, Aníbal Lemos achou que ia expor sobretudo trabalhos do livro sobre Lisboa, mas não encontrou muito, pois a família começara a distribuir as coisas.
Apesar de haver milhares de negativos “fomos encontrar muito pouco de impressão”. E, além disso, Aníbal Lemos ainda teve de convencer Maria José Palla a empresar negativos para digitalização.
Nesse contexto, a exposição que está na Torre da Oliva é “uma pequena retrospetiva” de Victor Palla, “limitada ao espaço e às condições
Há um diálogo entre Victor Palla e a filha, Maria José Palla, que esteve na inauguração do passado sábado. Segundo Aníbal Lemos, Maria José Palla viveu em Paris exilada, foi professora e fez uma tese doutoramento especializando-se em Gil Vicente.

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