Foi inaugurada, na passada sexta-feira, dia 23, no Centro de Arte Oliva (CAO) em S. João da Madeira, a exposição “Eureka!, constituída por obras do acervo Treger/Saint Silvestre e com curadoria dos próprios colecionadores.
A sessão de abertura contou com a presença de António Saint Silvestre e Richard Treger, bem como do Presidente da Câmara, Jorge Vultos Sequeira, e da Diretora do CAO, Andreia Magalhães, mas decorreu sem a presença de público devido à situação de pandemia.
A diretora do CAO, Andreia Magalhães, refere que as obras “são estudos e projetos científicos que apresentam novas alternativas e possibilidades de interpretação ou de ação sobre o mundo”.
Assim, alguns dos projetos da exposição “são de difícil interpretação ou até mesmo de interpretação impossível, entre outros fatores, devido à enorme variedade de línguas dos autores ou dos códigos profundamente pessoais e crípticos, e por isso são um desafio para os olhos e para as mentes”, conforme explica Andreia Magalhães, em declarações remetidas a ‘O Regional’.
A responsável também afirma que se trata de uma exposição que obriga a “muita atenção dos visitantes”, sendo, ao mesmo tempo, “uma exposição divertida, no sentido de diversão que nos esquecemos de ter, e que é o que apela à nossa curiosidade e descoberta”.
“Penso que, por isso, é uma exposição que escapa aos parâmetros do chamado mundo da arte”, mas que também escapa aos parâmetros do chamado mundo da “arte bruta ou arte outsider”, conclui Andreia Magalhães.
Em Eureka! é possível apreciar um conjunto de obras de “mentes brilhantes que ousaram através das suas criações escapar à realidade normativa”, sendo “uma viagem inesquecível ao mundo fascinante da criação insonte, sem metas monetárias ou de auto celebração”, conforme sustenta António Saint Silvestre.
De acordo com informações da instituição sanjoanenses, ”Eureka!” reúne obras de cerca de 50 autores “pouco ortodoxos, sobretudo artistas autodidatas, que se situam, em muitos casos, num lugar indeterminado entre a ciência e a criação artística, entre a tecnologia e a metafísica”.
Nesse sentido, muitas das obras expostas passam por planos e projetos de invenções, máquinas e diversos veículos que criam uma galeria de aviões, carros, comboios e óvnis.
A mostra está patente até 23 de janeiro de 2022 e vai buscar o título à interjeição atribuída a Arquimedes de Siracusa (matemático, físico e astrónomo da Grécia Antiga), e que é utilizada para expressar a felicidade e euforia das descobertas científicas e do conhecimento.
Quanto aos colecionadores, recorde-se que António Saint Silvestre é pintor e escultor, tendo participado na criação e no funcionamento da galeria de arte de Richard Treger e na constituição da Coleção Treger/Saint Silvestre. Já Richard Treger fundou a galeria com o seu nome, em Paris, que geriu durante mais de duas décadas. Simultaneamente construiu, com António Saint Silvestre, uma coleção de arte bruta, em depósito no Centro de Arte Oliva.