Espetáculo “Porque é Infinito” apresentado em Ovar

O espetáculo “Porque é Infinito”, dirigido por Victor Hugo Pontes, passou pelo Centro de Arte de Ovar, na sexta-feira da passada semana, dia 27. O projeto sanjoanense Cultura Conjunta esteve na plateia.

Trata-se de uma peça que “pode ser verdade ou pode ser mentira”, contando com teatro e dança. Depois das personagens, elas mesmas, se apresentarem e darem nota de que já sabem o seu final, morrer e matar são palavras referidas com alguma frequência.
Também a frase “já te aconteceu?” surge com regularidade. É que, conforme indica a jovem atriz Luísa Guerra, “o potencial da peça é essencialmente para jovens”. E quando começaram a levar o espetáculo a esses mesmos público facilmente foi possível compreender que os jovens “se identificam” com as mensagens que o texto, a dança e os atores transmitem, conforme aponta a artista, natural de S. João da Madeira e a viver em Ovar.
O fio condutor é o clássico de William Skakespeare, mas há tempo para refletir sobre a contemporaneidade e intemporalidade, ainda que haja sempre algo que não acaba “porque é infinito”.
Esta história, que acaba em silêncio, continua a mostrar o amor (de Romeu e Julieta e não só) como um “verbo problemático”. Mais do que apresentar a história de Shakespeare, este espetáculo reflete sobre ela, numa perspetiva crítica (como sendo o olhar da juventude em relação a ‘Romeu e a Julieta’)
Tendo já feito uma sessão para escolas, Luísa Guerra (que interpreta a ama de Julieta) afiança houve adolescentes a identificarem-se com partes da peça e ideias que até aos próprios atores ainda não tinham sugerido muito, o que faz jus ao potencial da peça para jovens.
A Cultura Conjunta - projeto promovido pelos Ecos Urbanos, em parceria com a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de S. João da Madeira - deslocou-se a Ovar para assistir a “Porque é infinito”.
Recorde-se que além de Luísa Guerra também o sanjoanense Santiago Mateus e o arrifanense Ivo Santos integram o elenco desta peça, cuja estreia decorreu em dezembro, no Teatro Nacional São João, no Porto.

Ar­tigo dis­po­nível, em versão in­te­gral, na edição nº 3894 de O Re­gi­onal,
pu­bli­cada em 2 de junho de 2022