Cultura e Lazer

Celestino Pinheiro apresentou livro “As três escolas da minha aldeia”

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Depois de uma primeira mostra aos habitantes de Vale de Mua, no dia 12 de agosto, a obra de Celestino Pinheiro, “As três escolas da minha aldeia”, foi apresentada, no passado dia 21 de outubro, na Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo.

O autor começou por apresentar os seus convidados e agradecer a entidades e pessoas que foram determinantes para a publicação e divulgação desta obra, em primeiro lugar, a Câmara Municipal de Mação que patrocinou a edição, e a editora Colibri que apostou na sua publicação; o Centro Cultural e Social de Vale da Mua e a Biblioteca Municipal de S. João da Madeira nas ações de divulgação; finalmente, deixou uma palavra de agradecimento a sua esposa “primeira leitora da obra, com um papel determinante na sua construção”.
Depois da leitura de uma mensagem de felicitações e incentivo, enviada pela Dr.ª Susana Silva, diretora da Universidade Sénior e amiga do autor, a primeira apreciação crítica da obra, feita pelo professor Daniel Neto, deu particular destaque aos episódios humorísticos da vivência das crianças e ao realismo da linguagem e dos episódios, estabelecendo paralelos com a sua infância em S. João da Madeira. Por sua vez a professora Margarida Negrais centrou-se na análise das qualidades literárias do texto, realçando a força das descrições, a valoração das sensações visuais e auditivas, a reprodução da linguagem local, entre tantos outros aspetos.

Biblioteca Municipal com "sala cheia"

Como se explica no prefácio, e como foi sendo reafirmado ao longo da sessão, a narrativa desta obra, que teve a colaboração especial de Luciano Pinheiro Mendes, tem um caráter essencialmente autobiográfico, centrando-se nas vivências do autor, na década de 1960. Vale da Mua, aldeia da freguesia de Envendos, abordada no livro, pertence ao concelho de Mação, distrito de Santarém. Todavia, o concelho situa-se numa zona de transição, identificando-se “mais com as características da Beira Baixa”, região em que “aparece integrada nos antigos mapas das províncias portuguesas”, tal como referiu Celestino Pinheiro aos presentes. Como se pode verificar através da leitura do livro, em Vale da Mua “dominava uma agricultura de subsistência de cereais, hortícolas, vinho e azeitonas”, onde a resinagem era a “única atividade verdadeiramente geradora de moeda”. Chamou também à atenção para o facto dos “incêndios dos últimos anos” terem destruído “por completo a mata de pinhal que existia naquela época”.

Atuação do grupo “As Mulheres da Eira"

Ainda quanto à caracterização da aldeia, o autor relembrou, igualmente, que a zona foi vítima de “fortes vagas” de emigração, por isso, a “freguesia de Envendos e a aldeia de Vale da Mua sofreram um forte desgaste demográfico”. Ultimamente a aldeia tem sofrido um processo de repovoamento por parte de descendentes de antigos moradores, e de pessoas que ali compraram casa. O Centro Cultural e Social de Vale da Mua, sob a presidência de Luciano Pinheiro Mendes, tem feito um “grande esforço de preservação da memória da aldeia”.
A 'O Regional' o autor revelou ter-se sentido “plenamente satisfeito” com a apresentação, uma vez que a sala estava “cheia de amigos, colegas, companheiros de várias lides” de “pessoas conhecidas”, e de “antigos alunos”. Deixou, também, palavras de apreço às “Mulheres da Eira”, dirigidas por Minda Araújo, pois as canções interpretadas encaixaram plenamente na temática da obra. O autor enalteceu, ainda, o papel da Biblioteca Municipal que os acolheu “de forma tão simpática”.

 

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