Conferência foi no passado dia 3 de junho, no Centro de Arte Oliva onde se apresentou uma comunicação sobre as relações entre Arte Bruta e Arte Contemporânea.
Através de uma visão única sobre a Coleção Treger Saint Silvestre, uma das mais relevantes coleções europeias de arte bruta/outsider, o curador João Sousa Cardoso, numa exposição intitulada Teatro Anatómico, criou um site-specific (obras criadas de acordo com o ambiente e com o espaço determinado) em que a dramatização dos corpos, objetos e presenças estabelece diálogo com a tradição teatral.
De maneira a comunicar a sua perspetiva de arte bruta em relação à arte contemporânea, Catherine David afirmou: “É muito difícil perceber de onde é que as ideias vêm, inspirações, exemplos de artistas oriundos de ‘fora’ do mundo da arte, associados a problemas psicológicos ou os ditos ‘loucos”. Criadores livres de influências e das vanguardas pré-estabelecidas pela arte contemporânea “Estendemos a noção de arte e permanecemos perante um ‘momentum’ de espiritualismo, de criação artística, que idealiza sentimentos e emoções em obras”.
A exposição, patente até 31 de dezembro no Centro de Arte Oliva, convidou os entusiastas de arte a uma experiência imersiva local dos sentidos que implica os corpos e a materialidade das imagens, no tempo da economia virtual e à discussão por detrás da especificação do género de arte que nela se insere.
No final da conferência, a possibilidade dos interessados em recorrer ao Q&A (perguntas e respostas) com a famosa historiadora de arte, Catherine David, abriu portas a um debate sobre a importância dos títulos e descrições específicas não observadas na exposição Teatro Anatómico, as descrições detalhadas sobre os problemas psiquiátricos dos artistas e a especificação dos géneros e subgéneros da arte contemporânea e arte bruta.