Joaquim José Magalhães dos Santos desempenhou “um papel indelével” na dinamização da vida cultural na cidade. A autarquia aprovou por unanimidade atribuir-lhe a Medalha de Mérito Municipal em Ouro.
A proposta de atribuição da Medalha de Mérito Municipal em Ouro a Joaquim José Magalhães dos Santos foi articulada com a Coligação PSD/CDS e aprovada por unanimidade na última reunião camarária. O presidente da autarquia começou por destacar o papel “indelével e importantíssimo” que Magalhães dos Santos, filho adotivo de S. João da Madeira, prestou à cidade “enquanto ativista cultural”.
Nasceu em Vila Real, em 1933, tendo-se licenciado em Filologia das Línguas Românicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. De espírito irrequieto e curioso, Magalhães dos Santos foi professor de português e francês em diversas escolas entre 1958 e 1964, altura em que se estabeleceu em S. João da Madeira. Na cidade, integrou a empresa metalúrgica Oliva, onde trabalhou até se aposentar, em 1993. “Contribuiu ao longo da sua vida de modo muito relevante para a vida cultural” do concelho em múltiplas vertentes, sublinhou Jorge Sequeira. Magalhães dos Santos foi um dos fundadores do Grupo Cultura Viva, com muitos dos seus textos a serem levados a vários palcos, envolveu-se em várias atividades da cidade, nomeadamente no Festival Poesia à Mesa, tanto na Tertúlia de Escritores Sanjoanenses como na Peregrinação Poética. Recebeu vários prémios na qualidade de ator amador e como colaborador de jornais locais, Magalhães dos Santos viu “muitos dos seus textos censurados pela PIDE”, lembrou o edil. Isso mesmo lembra Daniel Neto, no livro “O Regional, 100 anos de história”, onde o descreve como o “mais atingido pelo impiedoso lápis azul”. O autarca também recordou a sua faceta enquanto romancista, que lhe valeu prémios e distinções da Câmara de Vila Real. Magalhães dos Santos foi também agraciado com prémios literários e teve “um papel muito importante no estudo da língua portuguesa”, já que foi um dos colaboradores do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. “Cremos que é mais do que merecedor desta distinção, porque ele marca indelevelmente o panorama cultural da nossa cidade e marcou milhares e milhares de sanjoanenses”, acrescentou.
O vereador da Coligação PSD/CDS, Tiago Correia, usou da palavra para sinalizar que a atribuição do galardão “é um reconhecimento devido que a cidade lhe presta e extremamente merecido”. A votação ocorreu por voto secreto, tendo sido aprovada por unanimidade.