Ana Oliveira apresentou,o seu sétimo livro, que lhe deu “especial prazer”. A obra infantil pretende transmitir uma mensagem sobre direitos, requerendo a mediação de adultos, para quem também se destina a história d”A vassoura que desvassourou”.
É o sétimo livro da autora. “São todos muito diferentes uns dos outros, este é na linha do infantil, que é a maioria da minha produção literária”, refere a professora do Agrupamento de Escolas João da Silva Correia.
“É uma história muito divertida, apesar de focar um tema muito interessante que é o direito à luta. As personagens são a vassoura, que faz greve, e tem a solidariedade de todos os objetos da cozinha, porque todos são explorados pela velha”, explica a autora, acrescentando que se trata de uma obra com “muito barulho, muito movimento e muito ritmo”.
A mensagem é para todas as idades. Se, por um lado, a história vai divertir as crianças, por outro lado, cabe aos adultos fazer a leitura das entrelinhas, assumindo um papel de mediação.
“Não estou a ver as crianças a retirar desta história o facto de termos direito a lutar e fazer greve, as crianças não chegam lá sozinhas. Acompanhadas sim, a mensagem é subtil, os adultos têm de ler as entrelinhas”, explica Ana Oliveira, atribuindo aos adultos “o papel de mediador de leitura”.
Questionada sobre se a diversão e o sentido de humor são a melhor forma de transmitir mensagens, a autora considera que “há muitas maneiras de passar a mensagem”, por exemplo, “mais subtil, ou mais didática”.
No seu entender, um livro infantil demasiado didático “não tem interesse, para didáticos há os manuais da escola”. Nesse sentido, acredita que um livro de literatura “pode e dever ter a mensagem, mas passar de forma subtil”. “Se for tudo claro, onde se nota nitidamente que está ali a mensagem, para mim, não tem tanto interesse”, sustenta.
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3863 de O Regional,
publicada em 28 de outubro de 2021