A 1ª edição do AcáMúsica chega ao fim no próximo dia 3 de julho. Foram 10 concertos comentados pelo prof. Mário Azevedo, procurando tornar cada concerto único e próximo do público que, na sua globalidade, foi constituído por famílias.
A programação foi muito variada e eclética, integrando desde a música do período clássico à contemporânea e, até, ao jazz, passando por instrumentações tão variadas como a percussão, quarteto de cordas, quarteto de saxofones, quinteto de metais, trio jazz, guitarras, entre outros
O AcáMúsica surge-nos como mais uma oferta cultural de São João da Madeira, inspirado nas comemorações dos 40 anos da Academia de Música de São João da Madeira. Este é um evento que se pretende de futuro, preenchendo um espaço aos domingos de manhã (1 por mês) em que a proximidade ao público é um dos seus principais objetivos.
Tendo por palco o Auditório Marília Rocha, e dando vida a uma dinâmica da Academia que vai além do trabalho diário com os alunos e das atividades com estes, este projeto terá a sua continuidade no próximo ano letivo, seguindo os padrões base que o definiram.
No próximo domingo, terminamos este ciclo com um concerto dedicado à Harpa. Neste concerto, as particularidades tímbricas da harpa terão a companhia do fagote e da flauta, numa abordagem a um reportório romântico-contemporâneo, que permitirá uma viagem comentada por estes períodos.
Nas palavras do prof. Mário Azevedo “... a presença dos compositores eleitos para o recital não é inocente. A ligação feita entre todos – de Hasselmans a Jolivet - pode ser entendida como um legado sonoro em direção ao signo puro, matéria essa que desenha uma nova confluência entre música e seres humanos, bem capaz de desafiar o paraíso para novas configurações de si próprio e, quem sabe, para uma nova configuração da utopia humana.
A harpa e a música têm, obviamente, a marca de um tempo. Ao pensarmos num recital feito às portas do paraíso estamos claramente a estabelecer uma metáfora que, para lá da poética dos sons, outorga à harpa o direito de ser uma verdadeira “frente-de-casa” que, não só nos anuncia o caminho, como nos permite acorrer a uma confrontação dialética com o tempo e com os sons que ele contém.
Todos sabemos da música e do seu poder. Isso leva-nos a pensar que, inevitavelmente, somos levados a vincular o ouvido a uma obediência. Sem pudor, estamos neste recital a confirmar o aviso platónico dedicado ao poder da música, que ainda não foi desfeito, quando dizemos que audição e vergonha são companheiras de estrada”.
Fica lançado o mote, esperando conseguir suscitar o interesse e curiosidade que levará o leitor a querer marcar presença neste grande concerto que acontecerá no próximo domingo dia 3 de julho às 11h00 no Auditório Marília Rocha da Academia de Música de São João da Madeira.