No segundo Dia Mundial do Teatro (27 de março) consecutivo em que as salas estão fechadas ao público, as portas da Casa da Criatividade abriram-se no digital, num momento em que foi apresentado o livro que “perpetua” o festival.
Numa “sessão especial”, conforme apontou a professora Elza Paiva do Espaço Aberto do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite (AESL), a atriz Suzana Borges apresentou, da casa de espetáculos de S. João da Madeira para o mundo digital, uma performance criada “exclusivamente em honra do festival de que já foi madrinha”, intitulada “Reino Ação”.
Citando William Shakespeare — “Para o trabalho de que gostamos, levantamo-nos cedo e fazemo-lo com alegria” — a performance apresentou excertos da obra ‘Unhas Negras’, de João da Silva Correia, “que tão bem retratou o operariado”.
Às palavras espaço e trabalho, a criação da atriz acrescentou o conceito de tempo, recorrendo a leituras d“O Relógio de Areia” de Jorge Luís Borges.
Em “Reino Ação”, com cerca de vinte minutos e que contou com momentos musicais, foram também recuperadas memórias do Festival de Teatro de S. João da Madeira, através das fotografias projetadas, que acompanharam as leituras e a interpretação de Suzana Borges.
No entender de Elza Paiva, o livro permite celebrar “em simultâneo, o teatro e a escrita”.
Por sua vez, a Diretora do AESL, Anabela Brandão, lembrando o lema do Espaço Aberto — “Pelo teatro se faz educação” — referiu que no livro se transpira esse mote e considerou que a educação não é responsabilidade apenas das escolas, “mas de toda a comunidade”, por forma a que as crianças e jovens “cresçam e estejam preparados para enfrentar os desafios do futuro”.
Já o Presidente da Câmara, Jorge Vultos Sequeira, agradeceu às fundadoras do Espaço Aberto e às atuais responsáveis, realçando que o festival é uma “iniciativa com origem numa escola, mas que une todas as escolas do concelho, em torno do ideal de educar pelas artes”.
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