Numa manifestação que ecoa o amor global pela paz e justiça no Médio Oriente, S. João da Madeira juntou-se a uma série de protestos similares realizados por todo o mundo.
Vários sanjoanenses deslocaram-se até à Praça Luís Ribeiro, no passado dia 4 de novembro, de maneira a destacar a urgência de acabar com o conflito contínuo causado pela guerra no Médio Oriente.
Bombardeamentos, cercos e a destruição de infraestruturas vitais resultaram na perda de milhares de vidas, incluindo mulheres, homens, idosos e crianças inocentes. As manifestações convocadas para todo o território nacional continuam a luta e o objetivo de manter a pressão por um cessar-fogo imediato.
Ilda Figueiredo, economista e presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação, fez um apelo para interromper o atual ciclo de violência em Gaza e para a aplicação de uma solução justa para o conflito no Médio Oriente, chamando a atenção para o que caracteriza como um “autêntico massacre e uma punição coletiva de um povo, que corre também o risco de se tornar num grande genocidio contra os palestinianos”, estando os israelitas a manter a Faixa de Gaza cercada, com um povo sem alimentos, água, cuidados médicos e com o contínuo bombardeamento de infraestruturas hospitalares, ambulâncias e escolas.
Ressaltada a importância de criar o Estado da Palestina e reconhecer a independência do povo palestiniano, seguindo as numerosas resoluções da ONU, Ilda Figueiredo confessa que “embora Israel tenha sido estabelecido como um Estado independente, o Estado da Palestina continua ausente, apesar do reconhecimento pelas Nações Unidas em 1948”, que acrescentando ao “desafio” propõe ao governo português que “tome uma posição mais firme na denúncia do que está a acontecer na Faixa de Gaza e na exigência da criação do Estado da Palestina”, como defende a Constituição da República Portuguesa (CRP), que defende no seu artigo sétimo, o fim do colonialismo, do imperialismo e a defesa dos direitos dos povos à autodeterminação e independência.
Chamada urgente pela justiça no Médio Oriente
“Isto é uma crise humanitária! A paz é possível e deve ser encontrada através da negociação da cooperação da via diplomática. Há aqui uma solução clara há 75 anos e isso está escrito em numerosas resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU)”, segundo a presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação, a resolução apoia a independência do Estado da Palestina, mas a falta de ação efetiva deve-se “em parte ao apoio contínuo dos Estados Unidos e da União Europeia”, a Israel.
Já Adelino Nunes, coordenador da União dos Sindicatos de Aveiro, denunciou o Estado de Israel por uma política que adjetiva como “racista e humilhante” em relação aos palestinianos, que tem sido agravada nos últimos anos, especialmente devido a “ações de setores mais reacionários” da sociedade israelita e salientou que “não há lugar seguro para os mais de dois milhões de civis inocentes que vivem na região”, repugnando “os bombardeamentos a caravanas de pessoas que tentaram seguir as orientações para se proteger”, que destacam a violência da guerra que está a acontecer na região.
Num grito pela ação, a manifestação apelou a “todos os amantes da paz e democratas para se unirem aos inúmeros atos de solidariedade em todo o mundo”, naquilo que evidencia a necessidade de resolução do “conflito” na região do Médio Oriente e reconhecer o direito dos palestinianos à autodeterminação e à independência.