Da Amazónia para a cidade para receber prémio literário

A sessão de entrega do Prémio Literário João da Silva Correia, promovido pela Câmara Municipal , decorreu na Feira do Livro. A distinção foi atribuída ao professor e escritor brasileiro Osvaldo Copertino Duarte, pela obra “À Sombra do Escondido”. 

A atribuição do Prémio Literário João da Silva Correia, de poesia, constituiu um dos momentos altos da Feira do Livro de S. João da Madeira. Osvaldo Copertino Duarte, professor e escritor brasileiro, esteve na cidade para receber a distinção, vindo da Amazónia, onde se encontra radicado.
A sessão decorreu na Praça Luís Ribeiro, palco daquele evento de promoção do livro e da leitura, promovido pela Câmara Municipal de S. João da Madeira, entidades que são responsáveis também pelo concurso literário que tem o nome do escritor sanjoanense autor do romance “Unhas Negras”.
Osvaldo Copertino Duarte foi distinguido pela obra “À Sombra do Escondido”, tendo recebido, das mãos do presidente da Câmara, Jorge Vultos Sequeira, o certificado que se consubstancia na comparticipação da publicação do trabalho vencedor até ao limite de 3.000 euros.

“Prémio importante”

Trata-se de um “prémio importante”, não só em S. João da Madeira, mas “também nas letras nacionais”, como referiu António Baptista Lopes, membro do júri é responsável da editora Âncora, com quem o Município sanjoanense mantém uma parceria na edição dos livros do concurso.
José Fanha, um dos comissários do Festival Literário Poesia à Mesa, e o diplomata e escritor Luís Castro Mendes, que foi Ministro da Cultura entre abril de 2016 a outubro de 2018, completaram o júri, o qual destacou “À Sombra do Escondido” pela sua “coragem verbal e imagética e pela rica densidade do seu mundo poético”.

“Em estado de felicidade permanente”

Referindo que a sua formação “tem muito daquilo que produz e produziu em Portugal em termos de literatura”, Osvaldo Copertino Duarte manifestou o desejo de ver evidenciado esse “sentido de troca”, acentuado pela presença em S. João da Madeira, onde enalteceu o trabalho feito no município “com a difusão da leitura e com o incentivo à leitura”.
Sobre a conquista do Prémio João da Silva Correia, manifestou encontrar-se “em estado de felicidade permanente”, depois de ter demorado “alguns dias para assimilar” o resultado. “Não só é uma felicidade, mas um orgulho também”, acrescentou, revelando que a obra pela qual foi distinguido tem com ponto de partida “aquilo que nós escondemos de nós próprios, aquilo que está sob as sombras…”
Constituindo uma homenagem a João da Silva Correia (1896-1973), jornalista e escritor sanjoanense, autor do romance “Unhas Negras”, este concurso literário realizado pela autarquia de S. João da Madeira – e operacionalizado pela Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo – visa promover a leitura e a escrita criativa, assim como incentivar o aparecimento de novos valores na literatura de língua portuguesa.
Nesta edição foram recebidos 79 originais de poesia, um número que dá continuidade ao aumento de participantes que se tem registado nos últimos anos e que é indissociável da maior abrangência geográfica e consequente divulgação que o concurso passou a ter desde 2019.