Camião-laboratório da Sociedade Portuguesa de Cardiologia estacionou junto à Câmara Municipal para analisar a saúde cardiovascular dos sanjoanenses, numa iniciativa que contou com a colaboração da autarquia e do Centro de Saúde.
A unidade móvel do estudo PORTHOS (PORTuguese Heart failure Observational Study) estacionou junto ao edifício da Câmara Municipal de S. João da Madeira, entre os dias 17 e 23 de maio. Um espaço de uma semana que foi suficiente para esta iniciativa alcançar na cidade a maior afluência diária de todo o país, depois de já ter passado por zonas como Lisboa, Alentejo e região centro
Nesse intervalo de tempo, compareceram nesse laboratório ambulante da Sociedade Portuguesa de Cardiologia perto de três centenas de cidadãos convocados para o efeito através de contactos telefónicos realizados pelo Centro de Saúde de S. João da Madeira. Um “adesão foi extraordinária”, como disse a ´O Regional´ o médico Rui Batista, co-investigador principal deste estudo e diretor do serviço de cardiologia do Hospital de S. Sebastião.
O município sanjoanense foi mesmo, de todo o país, aquele em que “mais gente” compareceu, adiantou o clínico, revelando que foram 290 os sanjoanenses que realizaram exames no camião Porthos em S. João da Madeira. Emília Silva, 67 anos, foi uma dessas pessoas, apesar de, do que é do seu conhecimento, não ter problemas de coração.
“Tomo muita medicação, mas é para outras coisas”, disse à nossa reportagem, adiantando, no entanto, que os exames realizados no camião Porthos deixaram “uma dúvida” de que pudesse sofrer de arritmia. Por isso, fez no local um eletrocardiograma e um ecocardiograma, “mas em princípio está tudo bem”. Positiva é também a avaliação que faz desta iniciativa: “Isto é uma coisa boa, havia de existir mais vezes. Está tudo muito bem feito, são muito atenciosos. Vou daqui muito satisfeita”.
Parceria com Centro de Saúde e autarquia
Para que tudo tenha corrido da melhor forma, foram importantes, de acordo com o cardiologista Rui Batista, os contributos do Centro de Saúde de S. João da Madeira e da autarquia, no primeiro caso para estabelecer os contactos com os utentes e, no segundo, para disponibilizar apoio logístico, nomeadamente ao nível da instalação do camião, disponibilização de ponto de acesso a energia e divulgação da iniciativa junto da população local em geral.
Mostrando-se “muito sensibilizado pela adesão dos sanjoanenses”, Jorge Vultos Sequeira, presidente da Câmara de S. João da Madeira, manifestou a abertura do Município para o estabelecimento deste género de parcerias, salientando que a edilidade sanjoanense tem tido “uma intervenção forte na saúde”, em articulação com diferentes entidades deste setor, “que têm sido parceiros excelentes com provas evidentes na melhoria dos cuidados de saúde da população”, nomeadamente, através da resposta de saúde oral que passou a existir no Centro de Saúde, do programa municipal de vacinação e do programa Primus de prevenção de doenças cardiovasculares.
E a recolha de informação deste estudo Porthos poderá vir a ser também “muito importante para traçar o nosso plano municipal de saúde”, adiantou o autarca, acrescentando que esse documento contribuirá “para reforçar” a “articulação forte“ que existe entre o Município, o Agrupamento de Centros de Saúde e o Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga.